

O Piauí ainda está distante de ser um destino tradicional de estrangeiros. Apesar do potencial no ecoturismo, principalmente por causa do Delta do Parnaíba, do Parque Serra da Capivara e da Caatinga, ainda há déficit de divulgação e outros aspectos que podem incrementar o número de visitantes de fora do país. Entretanto, há alguns jovens que vem de outras nações fazer intercâmbio no estado. Eles são um importante meio de compartilhar a cultura e os atrativos piauienses.
A coluna conversou com dois adolescentes que vieram da Europa passar 1 ano conhecendo o Brasil e ficaram no Piauí. O alemão Tim Lenke e o dinamarquês Peter Krogh Frausing fizeram parte do Intercâmbio de Jovens da Fundação Rotária do Rotary Clube, um clube de serviços mundial. Tim tem 16 anos e Peter com 17.
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No intercâmbio, os jovens poderiam escolher 3 opções de países, sendo que Peter preferiu países da América Latina e Tim do hemisfério Sul, mas de regiões diferentes. Confessaram que, quando foram escolhidos para o Teresina, acreditaram que estavam vindo para uma região semelhante à Floresta Amazônica. Peter pensou que a cidade seria muito grande, pois a capital da Dinamarca possui cerca de 550 mil habitantes.
Ao chegar, a expectativa frustrou. Perceberam que a cidade tinha muita pobreza e um deles comparou Teresina às grandes cidades da África. Aos poucos foram apresentados à cultura local e conhecendo a receptividade piauiense, a culinária, aonde apreciaram o churrasco e paçoca, e piscina a céu aberto, algo que não tem na Dinamarca e na Alemanha. Peter e Tim conheceram várias praias do Brasil e da América do Sul em seu intercâmbio, mas se apaixonaram pela tranquilidade de Luis Correia. “Mesmo o Rio de Janeiro sendo tão bonito, a tranquilidade de Luis Correia é encantadora. Gostaria de voltar”, relata Tim.
Intercambistas participam de evento com membros do Rotary (Foto: Assessoria)
De Teresina, falaram que o fato de ser uma cidade sem muitos pontos turísticos tornou o intercâmbio mais autêntico. Na capital piauiense foram ao Corso, ao Cidade Junina e a outros eventos culturais.
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Violência atrapalha a visita
Um ponto negativo do intercâmbio foi o medo cotidiano de andar nas ruas. O perigo de ser assaltado fez os estudantes terem saudade de seus países. Tim e Peter relataram que a violência retira a sensação de liberdade no dia a dia.
Intercâmbio do Rotary
O Rotary é um clube de serviços com dimensão global. Tendo como uma das metas promover a paz e compressão entre os povos, o intercâmbio não tem fim lucrativo e coloca o estudante em contato com famílias que tem interesse em compartilhar sua cultura com o jovem. Além do programa para adolescentes de até 18 anos, existem opções para pessoas de até 25 anos. Eles são abertos anualmente e são ofertados para qualquer pessoa da comunidade. Esta terá que passar por avaliações de conhecimento na língua e comportamentais.
Nícolas Barbosa
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