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Editorial

contato@acessepiaui.com.br

18/11/2016 - 12h47

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Editorial

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18/11/2016 - 12h47

Só pressão popular tira Temer/PMDB, que tem tentáculos no Estado

O PMDB de Michel Temer está entranhado em postos administrativos estratégicos do Estado Brasileiro desde 1964. Está então há meio século no poder. Mesmo com o golpe acontecido naquele ano, políticos expressívos do partido negociaram a convivência com o governo autoritário. Na mídia e nos palanques essas lideranças batiam no regime e defendiam a democracia, enquanto que nos bastidores políticos eram agraciados pelos governos militares em negociações que lhes garantiam cargos e, por tabela, a governabilidade para o regime. 

 

Os peemedebistas foram os principais apoiadores do bipartidarismo, quando havia somente o MDB e a Arena. Esses dois partidos passaram a se revezar no poder a partir de 1974, período em que o governo militar começava a se flexibilizar graças a crescente pressão da sociedade civil brasileira que exigia a volta da democracia.

 

De 1964 até os dias de hoje o PMDB é um partido entranhado na estrutura do Estado Brasileiro, tem gente com poder infiltrada no legislativo, executivo, no judicário, nos tribunais de contas, etc. Sem falar que tem apoio do empresariado conservador. 

 

Para se manter no poder, esse partido possui e cultiva tentáculos em toda estrutura do Estado. Vem daí a força para costurar apoios em eleições decisivas para presidente e governadores e assim garantir a eleição de caciques mais orgânicos do partido. Foi assim nos tempos da ditatura, nos tempos de Sarney, FHC, Lula e Dilma.

 

Por isso não é estranho que agora o ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, que prestou um novo depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nessa quinta-feira (17) tenha mudado a versão dada anteriormente: agora ele afirma que não houve propina para a campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014. Em seu primeiro depoimento, Marques de Azevedo havia dito que entregou propina de R$ 1 milhão para a campanha petista. A defesa de Dilma, porém, mostrou provas de que o suposto "cheque da propina" na verdade havia sido entregue a Michel Temer. Com essa mudança de discurso do empreiteiro, essa espada que num primeiro momento foi usada pelo empreiteiro para fortalecer o impeachment de Dilma, deixa agora de existir para cassar Temer no Tribunal Superior Eleitoral. 

 

Portanto, só um forte movimento de pressão da sociedade civil com ocupações nas escolas, greves e protestos nas ruas conseguirá tirar o Temer/PMDB do poder! Do contrário, os tentáculos do partido conseguirá ir apagando incêndios para se perpetuar no poder. Fazem isso sem a menor cerimônia e no maior descaramento, nem que para isso tenham que vender suas almas ao diabo!   

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