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Sexta-feira, 19 de abril de 2024
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Deusval Lacerda

deusvallacerda@bol.com.br

13/12/2016 - 10h38

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Deusval Lacerda

deusvallacerda@bol.com.br

13/12/2016 - 10h38

Era uma vez uma Corte...

...espúria, ilegítima, porque o soberano não herdara o trono por força da realeza, da consanguinidade e por isso revestido de poder divino ou nos tempos modernos por não ser líder político carismático que tenha chegado ao poder pela força democrático-popular. E que o núcleo do poder não era composto por membros da nobiliarquia ou no regime presidencialista por autoridades de valores consagradoramente republicanos.

 

Pelo contrário, o titular Michel Temer não chegaria ao poder pela via monárquica por não ser de origem da Família Real lusitana – o poder português da colonização e do império brasileiros -, mas libanesa, carcamana. E pelo voto popular também seria impraticável, pois no momento do golpe só dispunha de 1% das intenções de voto para chegar à Presidência da República.

 

Os membros influentes da Corte tinham um histórico pessoal e público dos mais temerários possíveis. Pois era Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil; Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo; e Moreira Franco, secretário do Programa de Parcerias de Investimento (PPI). Todos arranchados no Palácio do Planalto e acusados de malfeitos em várias ocasiões e na mais recente delação da Odebrecht.

 

Ainda cortejava o presidente golpista, o líder do governo no Congresso, Romero Jucá, que já fora defenestrado do Ministério do Planejamento por várias acusações de corrupção, como no caso da Transpetro, e agora foi indefensavelmente acusado na leniência da empreiteira.

 

Também amigo da Corte, o senador Renan Calheiros, presidente do Senado e do Congresso Nacional, que em outra enrascada renunciou à presidência do Senado por fortes acusações de imposturas, e que no momento correm 12 (doze) ações contra ele no STF e mais uma vez acusado pelo executivo Cláudio Melo Filho.

 

Frequentava também com desenvoltura a Corte, o senador Eunício Oliveira, igualmente citado pela Odebrecht, e que queria o lugar do Renan na presidência do Senado, numa troca apenas de figurinhas. E na mesma situação está o atual presidente-tampão da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que chegou lá pela força do golpe e, já bem acostumado, queria se reeleger também pelo golpe por mais dois anos na Casa.

 

Não vou perder tempo em relembrar do Eduardo Cunha, responsável pelo impeachment na Câmara, em respeito à sua situação penal de encarcerado. O onipotente Renan Calheiros, se não fosse o amarelamento do STF, já estaria no mesmo destino do Cunha, por ser individuo acusado de muita traquinagem.

 

 Falei da Corte no tempo passado, porque o governo Temer nunca existiu. Era uma confraria de amigos que desavisadamente açambarcou o poder de uma presidente eleita duas vezes legitimamente pelo povo brasileiro – e que não cometeu nenhum crime – e que agora está tudo esclarecido: a turma que vinha cometendo delito à solta no setor público nacional e, visando o poder, afrontou o constitucionalismo institucional e democrático pátrio. Foi uma experiência nefasta que atrasou a nação político-social-econômico-democraticamente.

 

...Era uma vez a Corte do Temer e cheia de malfeitores o Brasil foi piorando, piorando... Felizmente acabou!

 

Deusval Lacerda de Moraes é economista

Deusval Lacerda

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