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Sabado, 20 de abril de 2024
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José Osmar

José Osmar

joseosmaralves@hotmail.com

06/03/2017 - 15h19

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José Osmar

joseosmaralves@hotmail.com

06/03/2017 - 15h19

Donald Trump é o político ideal

 

Houve um espanto no Brasil quando Donald Trump ganhou as eleições nos Estados Unidos. Era de se esperar, pois, apesar da internet, aqui nós ainda não temos uma informação correta, isenta, imparcial do que acontece no mundo, especialmente na América do Norte.

 

Espanto maior, no entanto, ocorreu quando, tão logo assumiu o cargo, o novo presidente baixou vários decretos tendentes a regular/expulsar/proibir a entrada de imigrantes em seu país.

 

A gritaria foi geral por aqui. Os jornalões e as redes de TV bradaram editoriais furiosos, taxando Trump de nazista, fascista e outros “istas” atualmente em voga.

 

Mas o tempo fechou mesmo foi quando ele anunciou a construção de um muro separando os Estados Unidos do México, para proteger as fronteiras yankeedas hordas de imigrantes ilegais vindos do, e através do, México, a exemplo do Muro de Berlim, do Muro da Cisjordânia,da Muralha da China, dos horríveis anteparos que circundavam as cidades e os castelos medievais.

 

Olhando para Trump construindo um muro entre dois países em pleno século vinte e um, parece de fato se tratar de um lunático, um louco furibundo...

 

No entanto, o combate sem trégua à imigração ilegal foi uma das principais bandeiras de sua companha. Suas propostas xenófobas foram apresentadas ao mundo, e especialmente a quem diretamente interessavam – ao povo norte americano - sem meias palavras. Debatidas à exaustão durante a campanha, saíram vitoriosas nas eleições, dentro das regras legais vigentes por lá.

 

De modo que Donald Trump não está fazendo nada além de cumprir o seu programa de governo, coisa que não se ver pelas bandas sul das américas.

 

Para nós brasileiros tudo isso soa estranho: como pode alguém cumprir o que prometeu em campanha?!

 

Ora, ora, ora. Não deveria ser a pergunta bem outra: como é possível aceitarmos que alguém se eleja e não cumpra suas promessas de campanha?!

 

Precisamos, inclusive, criar um tipo penal para isso. Ou seja, necessitamos inserir no Código Penal o crime de estelionato eleitoral para punir o político que, eleito, abandona seu programa de governo sem qualquer justificativa plausível.

 

Mas é preciso lembrar que numa democracia a responsabilidade pela implementação das políticas aprovadas na eleição pela maioria dos eleitores não é apenas do candidato e de sua equipe de governo.

 

Tais políticas passam a compor o feixe de obrigações de todos os cidadãos daquele país, no sentido que se delas resultar, por exemplo, prejuízo aos direitos humanos de outros povos e nações, toda a população do país causador pode ser chamada a reparar os danos materiais decorrentes e, em casos extremos, os líderes do partido responsável pelas políticas poderão vir a responder com a própria vida, como já ocorreu na França revolucionária, na Alemanha nazista e na Itália fascista.

 

De modo que na Democracia os eleitores são corresponsáveis pelas políticas de seus partidos, daí a necessidade de sermos bastante criteriosos nas eleições.Precisamos debater com as pessoas, buscando mostrar a elas a importância de um voto consciente, que não chancele propostas xenófobas disfarçadas de nacionalistas, discriminatórias das minorias, que exaltem práticas violentas na solução dos conflitos, que induzam à eugenia...

 

Nada disso, porém, invalida o argumento que dá título a este artigo: o melhor candidato é aquele que cumpre suas promessas de campanha.

 

Nesse sentido, o Senhor Donald Trump é merecedor de respeito, pois está cumprindo exatamente o que prometeu a seus eleitores. Ele não os enganou, por isso é o político ideal.

 

*José Osmar Alves é promotor de Justiça

José Osmar Alves*

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