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Redação

acessepiaui@hotmail.com

14/03/2017 - 09h44

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14/03/2017 - 09h44

Pacto e omissões ferraram Lula e Dilma na área de comunicação

Prof. Dr. Murilo César Ramos faz palestra na Ufpi (Foto: Jacqueline Dourado)

 Prof. Dr. Murilo César Ramos faz palestra na Ufpi (Foto: Jacqueline Dourado)

O professor doutor, Murilo Cesar Ramos, da UNB,  afirmou em palestra realizada nessa segunda-feira (13), na Ufpi, que os governos Lula e Dilma, do PT, se omitiram em relação a políticas democráticas de comunicação devido a perspectiva de selar um pacto conservador com a grande mídia brasileira.

 

Ao acreditarem que esse pacto daria certo, os gestores deixaram de regulamentar as atividades de mídia conforme determina a Constituição de 1988, nomearam ministros das comunicações sintonizados com a mídia conservadora e não consolidaram a comunicação pública no Brasil durante seus governos. Como desdobramento desse pacto tem-se o descumprimento deste pela mídia conservadora que passou a bater forte em Lula a partir das denúncias do mensalão em 2005 e continuam até hoje. 

 

Murilo Ramos relata que o programa de governo de Lula em 2002 retirou a maior parte das propostas na área da comunicação e também a carta aos brasileiros assinada por Lula, como acenos concretos para os oligopólios de mídia, "omissões", de que o petista não faria grandes mudanças nessa área. O professor enfatiza que já se passaram mais de 40 anos que acompanha lutas pela democratização da comunicação e que estas não tem avançado.  

 

"Lula nunca foi e nunca será marxista leninista, o Lula é um católico com consciência social. E como todo bom sindicalista, você vai, você confronta, você faz a greve, mais você quer um acordo, você quer uma conciliação, você quer ganho, esse é o objetivo claro, e essa é a consciência do Lula. Não vamos esquecer aquela festa quando o Lula assumiu, quando ele faz o discurso no Congresso, vai tomar posse no Planalto, a frase mais forte que ele diz e cumpriu: ficarei feliz se no final do meu governo, todo brasileiro puder tomar café, almoçar e jantar", disse o professor. 

 

"Posso dizer que nunca na história desse país um partido, como o PT, entendesse tanto e fizesse tanto em matéria de política de comunicação e cultura desde a sua fundação. Portanto, esse partido tinha as melhores propostas, tinha um acúmulo grande na área de comunicação. Depois disso vieram as omissões: primeiro no programa de governo e aí no dia 28 de outubro, o Lula eleito no segundo turno, uma multidão na avenida paulista esperando ele, aí todo mundo pensou: ele vai sair agora e vai para os braços do povo. Não. Ele foi primeiro ao Jornal Nacional. Quando vi o Lula sentado na bancada ao lado do Bonner, vi que tinha uma processo em andamento alí. Não era uma política deliberada, era uma visão de sinalizar de que o pacto conservador era pra valer". 

 

O professor avalia que quando Lula passou a ser alvejado de pancadas pela mídia conservadora, principalmente pela Rede Globo, após as denúncias do mensalão, o então presidente passou a perceber que o pacto conservador não vinha sendo cumprido pela outra parte. Foi então que criou a EBC e a TV Brasil e tentou regulamentar o Conselho Nacional de Comunicação, medidas tardias e que foram atacadas pelos oligopólios de mídia. 

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