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12/04/2017 - 13h29

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12/04/2017 - 13h29

PMDB e PSDB perdem mais na lista de corrupção de Fachin

A nova fase da Lava Jato está apenas começando e já caiu como uma bomba no meio político. A lista de Fachin atinge os principais partidos. Mostra uma corrupção multipartidária. A Lava Jato entra numa nova fase, na qual fere quase todo o sistema político, que, com o tempo, vai tentar encontrar forças para reagir contra a operação.

 

No entanto, mais de um terço do Senado estará sob investigação. Quase um terço do ministério de Temer responderá a inquéritos no Supremo. Carreiras políticas deverão ser enterradas. Há potencial para paralisar o Congresso e ameaçar o plano de reformas trabalhista e previdenciária do governo Temer.

 

No fim da tarde, o presidente Michel Temer disse a interlocutores que será preciso aguardar os desdobramentos das acusações específicas contra seus ministros e os principais aliados no Congresso, como os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira.

 

Como muitos políticos são atingidos numa tacada só, haverá uma tentativa dos ministros de se segurar nos cargos, apesar do desgaste que o fim do sigilo provocará.

 

Obviamente, essa nova fase da Lava Jato tirará força do governo e dificultará ainda mais a votação de medidas no Congresso. O maior desafio do presidente será evitar a paralisia da sua administração e também das votações na Câmara e no Senado. E isso vai depender de quais políticos resistirão a essa primeira bateria de acusações agora que elas são públicas e detalhadas.

 

Neste momento, perdem mais o PMDB e o PSDB, porque são os dois principais partidos que apoiam o governo Temer.

 

Dois tucanos que tinham planos presidenciais para 2018, os senadores Aécio Neves e José Serra, responderão a graves acusações de corrupção. Além de três governadores investigados no Supremo, outros comandantes de Estados, como o tucano Geraldo Alckmin, de São Paulo, enfrentarão investigações no STJ, o Superior Tribunal de Justiça.

 

O sistema político tradicional sofre como um todo, mas quem está no governo tem mais a perder. Os ex-presidentes Lula e Dilma ainda vão penar muito com revelações das delações da Odebrech. Mas o PT já saiu do poder. Agora, caciques petistas dizem que o partido não pode mais ser acusado de pai da corrupção no Brasil.

 

Risco federal

 

O principal desafio do Supremo Tribunal Federal será evitar a impunidade. Essa leva de políticos investigados supera de longe o julgamento do mensalão, que demorou sete anos para terminar entre a denúncia em 2007 e a apreciação final dos recursos em 2014.

 

No mensalão, o Supremo julgou 37 réus. A lista de Fachin tem potenciais 108 réus. Já há processos em andamento da primeira lista de Janot, que é de 2015. E novas delações ainda serão fechadas.

 

Se não agir com rapidez, o Supremo cairá numa armadilha, que trará risco de impunidade por não julgar a tempo de que as punições sejam válidas. Mas o Supremo não pode virar um tribunal exclusivo da Lava Jato, porque tem outros temas importantes para julgar. Logo, o desafio será grande.

 

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Kennedy Alencar - é jornalista no Blog do Kennedy. 

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