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Sexta-feira, 29 de março de 2024
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Railson Sousa

Railson Sousa

a.railsonsousa@gmail.com

17/09/2014 - 17h44

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Railson Sousa

a.railsonsousa@gmail.com

17/09/2014 - 17h44

Ética na experimentação animal

 

 

O assunto “ética na experimentação animal” é visto muitas vezes como um fator limitante no mundo científico, tendo em vista que abrange diversos princípios de conduta na utilização de animais, que para muitos pesquisadores limita o desempenho de atividades dentro de um centro de pesquisa. Essa ideologia retrograda que infelizmente muitos centros de pesquisa ainda alimentam, deve ser rapidamente extinta para o bem-estar dos animais que tem suas vidas ceifadas em experimentos animais em prol do desenvolvimento cientifico e consequente bem-estar humano.

 

Todo o progresso dos conhecimentos humanos, referentes à Biologia, à Medicina Humana e dos animais, é necessário. O homem precisa utilizar animais na busca de conhecimento, para se nutrir, se vestir e trabalhar dessa forma ele deve respeitar os animais, seu auxiliar, como um ser vivente como ele. Os animais  que  são utilizados em experimentos devem ser respeitados em todo o curso da pesquisa.

 

O Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) expõe quanto aos princípios éticos na experimentação animal o seguinte:

 

Artigo I - Todas as pessoas que pratiquem a experimentação biológica devem tomar consciência de que o animal é dotado de sensibilidade, de memória e que sofrem sem poder escapar à dor;

 

Artigo II - O experimentador é, moralmente, responsável por suas e experimentação animal;

 

Artigo III - Procedimentos que envolvam animais devem prever e se desenvolver considerando-se sua relevância para a saúde humana ou animal, a aquisição de conhecimento ou o bem da sociedade;

 

Artigo IV - Os animais selecionados para um experimento devem ser e espécie e qualidade apropriadas e apresentar boas condições de saúde, utilizando-se o número mínimo necessário para se obter resultados válidos. Ter em mente a utilização de métodos alternativos tais como modelos matemáticos, simulação por computador e sistemas biológicos "in vitro";

 

Artigo V - É imperativo que se utilizem os animais de maneira adequada, incluindo aí evitar o desconforto, angústia e dor. Os investigadores devem considerar que os processos determinantes de dor ou angústia em seres humanos causam o mesmo em outras espécies, a não ser que o contrário tenha se demonstrado;

 

Artigo VI - Todos os procedimentos com animais, que possam causar dor ou angústia, precisam se desenvolver com sedação, analgesia ou anestesia adequadas. Atos cirúrgicos ou outros atos dolorosos não podem se implementar em animais não anestesiados e que estejam apenas paralisados por agentes químicos e/ou físicos;

 

Artigo VII - Os animais que sofram dor ou angústia intensa ou crônica, que não possam se aliviar e os que não serão utilizados devem ser sacrificados por método indolor e que não cause estresse;

 

Artigo VIII - O uso de animais em procedimentos didáticos e experimentais pressupõe a disponibilidade de alojamento que proporcione condições de vida adequadas às espécies, contribuindo para sua saúde e conforto. O transporte, acomodação, a alimentação e os cuidados com os animais criados ou usados para fins bídicos devem ser dispensados por técnico qualificado;

 

Artigo IX - Os investigadores e funcionários devem ter qualificação e experiência adequadas para exercer procedimentos em animais vivos. Deve-se criar condições para seu treinamento no trabalho, incluindo aspectos de trato e uso humanitário dos animais de laboratório.

 

Esses são os principais tópicos que devem ser observados por pesquisadores e/ou manipuladores que utilizam animais durante em pesquisas cientificas. Um grande desafio para os profissionais que se comprometem com a pesquisa e também com os seus grandes “auxiliares”, é tentar minimizar ao máximo o sofrimento dos animais, principalmente no que diz a respeito a cuidados básicos como dispor aos animais alimentação e água, adequação do ambiente onde vivem com suas exigências de espaço e ausência de dor durante a execução de protocolos de pesquisa e eutanásia.

 

*Railson Sousa, Médico Veterinário, mestrando em Farmacologia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI)

*Railson Sousa

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