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Quinta-feira, 28 de março de 2024
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VC no Acesse

acessepiaui@hotmail.com

23/08/2017 - 08h22

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acessepiaui@hotmail.com

23/08/2017 - 08h22

Miss Brasil e a escravização que deixou nítidas marcas

O processo de escravização deixou nítidas marcas na sociedade (o que deveria ter sido extinto), ser negro em um país de densa miscigenação, parece ser uma tarefa difícil, e antes que se levantem as bandeiras de uma vitimização, quero vos dizer que não, nunca gostei dessa atitude, e com certeza ela não cabe a ninguém. O que aconteceu com a nossa candidata à Miss Brasil, graças a Deus se tornou vencedora, foi bem escolhida por jurados sábios, que entendeu que além de ser muito bonita, o Brasil foi formados por pessoas de várias raças e principalmente de negros que representam bem a cara do nosso povo brasileiro. 

 

O preconceito não se tem só com a cor, e sim pelo fato de ser pobre, nordestino, raça e religião, enfim, por vários seguimentos da sociedade. Porém não se pode remediar medidas que devem ser executadas afim de minimizar este problema e com muito otimismo erradicá-lo. O racismo institucional se conceitua como qualquer sistema de desigualdade que se baseia em raça que pode ocorrer em instituições como órgãos públicos governamentais, corporações empresariais privadas e universidades (públicas e privadas). Enfim, em toda sociedade, ainda está camuflada essa ignorância que flui nos corações de pessoas, que nem se quer sabem suas origens.

 

Apesar dos negros terem participado de diversos movimentos em busca de uma saúde pública de qualidade no século XX juntamente como outros grupos de minorias, não se têm tido retorno devido a aqueles que sempre foram efetivos nesses momentos históricos. O racismo institucional acontece na saúde, na educação, na segurança e na busca por oportunidades de emprego. Sendo violados elementos básicos das necessidades humanas. Quando é negada uma saúde de qualidade à uma comunidade em uma região periférica, que em sua grande parte é habitada por pessoas negras, devido ao processo de segregação urbana explicitado na obra "Território e segregação urbana".

 

“Como em outras regiões do país, a população negra foi vítima de discriminação, habitou áreas periféricas e estigmatizadas e esteve mais sujeita a sofrer violência. É justamente alguns aspectos dessa dura e injusta situação que este texto quer expor, com o objetivo de recuperar alguns aspectos da realidade social”.

 

Quando se é ofertada uma educação pública de má qualidade, reduzindo assim as oportunidades de ascensão de grande parte da população usuária deste serviço, que não têm condições de pagar uma escola particular. Estando estas pessoas localizadas em bairros periféricos. O RI ocorre quando se é negada a segurança da população, quando o Estado se ausenta de proteger a população mais carente, refém do medo, sem carros blindados ou cercas elétricas. O RI é real quando se é dada uma oportunidade a alguém com os mesmos atributos de formação, seja acadêmica ou básica, sendo selecionadas (ou rejeitadas) pela cor de pele e não por suas habilidades profissionais.

 

No âmbito da saúde, mais precisamente direcionado ao SUS, estão sendo tomadas algumas medidas como por exemplo a realização de palestras com funcionários e gestores, a fim de conscientizá-los acerca deste ato, por muitas vezes cometido de forma inconsciente. No quesito empregabilidade têm surgido ONGs, como a “Empregueafro”, que é uma consultoria de Recursos Humanos focada na Diversidade Étnico-Racial. Atuando de forma plural para valorização da diversidade, inclusão, retenção e ascensão do profissional negro e afrodescendente. Trabalhando para o aprimoramento da empregabilidade, com o objetivo de identificar e enriquecer o conjunto de competências e habilidades do profissional afrodescendente. Medidas que servem como exemplo para maiores e mais abrangentes mediadas a serem adotadas pelos governos, garantindo que os direitos dos cidadãos sejam invioláveis como diz a nossa Constituição Federal. Mas, isso só acontece no papel, na prática não existe. Isso é Brasil!!!

 

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José Alves Filho é repórter fotográfico - nas redes sociais. 

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