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Quinta-feira, 18 de abril de 2024
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Renato Lélis

rennatolelis@hotmail.com

08/06/2015 - 14h34

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Renato Lélis

rennatolelis@hotmail.com

08/06/2015 - 14h34

O alcagueta agora na prisão

O vovô foi preso

 O vovô foi preso

Imagino que nenhum ser humano tenha a pretensão de criar um filho para ser um covarde, um alcagueta e muito menos que um filho ao longo dos anos tenha orgulho de ser exatamente isso.

 

O ano é 1975, precisamente no dia 09 de outubro. O palco era a Assembleia Legislativa  de São Paulo. Um representante da famigerada Arena (partido político que dava sustentação à ditadura militar no Brasil), sobe a tribuna e de lá aponta o dedo para a TV Cultura de São Paulo e denuncia os “comunistas” daquela instituição. Essa atitude equivaleria a uma sentença de morte naqueles anos de chumbo. E foi isso mesmo. Em menos de duas semanas o então Jornalista Wladimir Herzog estava morto nas dependências do DOI CODI de São Paulo.

 

O deputado da Arena era José Maria Marin, fora ele que entregara o jornalista que lutava por democracia. Marin sabia que ao alcaguetar Herzog ele seria tortura até a morte.

 

O Brasil venceu a ditadura, mas jamais estancou o sangramento das suas vítimas. Ao contrario dos outros países da América do Sul, não puniu os ditadores e seus cumplices. José Maria Marin um dos seus algozes desfilava pelo país impunemente senão pelos crimes da ditadura também pelas falcatruas a frente da CBF.

 

O passivo povo brasileiro não exigiu das autoridades a punição pelos atos da ditadura e muito menos pelos atos de corrupção no futebol. Agora, numa terra bem distante, onde imaginava está acima da lei, José Maria Marin foi preso. Está atrás das grades e com pouca possibilidade de sair ileso das acusações que recebe da polícia federal americana e da receita daquele país.

 

Nos atos de tortura comandados pela ditadura, das quais Marin corroborava convictamente, as vítimas que se rendiam e entregavam seus companheiros eram chamados pelos torturadores de cachorro, dedo duro ou alcagueta. Devolvo a alcunha, o alcaguete ou o cachorro tá preso. Ainda que bem velhinho, mas o cachorro vovô tá preso.

 

Renato Lélis

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