As eleições municipais deste ano revelam que a ausência de uma ampla reforma política transformou a maioria dos candidatos a vereadores e prefeitos em números amorfos, vazios e sem identidade. A maioria carrega o fardo da desconfiança, descrédito e práticas ultrapassadas que não combinam mais com o Brasil que nasceu a partir dos protestos de junho de 2014.
A maioria da população, dos eleitores vem reagindo a essa realidade de forma apática, sem envolvimento, principalmente porque o sentimento que prevalece é que os candidatos(as) são movidos por interesses pessoais, só aparecem de quatro em quatro anos, não cumprem propostas, são desprovidos de ética, transparência, de sentimentos de solidariedade, humanidade e de comunidade.
É que a maioria da classe política continua presa ao passado, usuária de regras eleitorais incapazes de fortalecer candidaturas mais autênticas, nascidas do meio do povo e de suas organizações, mais humanas e comprometidas com os interesses coletivos, dos municípios, estados e da nação. É fundamental romper com o nepotismo, o fazer político feito por gente indivualista e egoísta, por privilegiados que navegam com desenvoltura no atual sistema eleitoral viciado e ultrapassado.
É urgente promover uma ampla reforma política para oxigenar a forma de se fazer política do Brasil, que hoje está doente e sem perspectivas de renovação e aperfeiçoamento da democracia. Daí a necessidade de fortalecer os partidos políticos, com a redução drástica do número de agremiações, de se valorizar princípios, programas e o caráter ideológico dos partidos, de endurecer cada vez mais regras para que condenados pela justiça e seus familiares não possam participar de eleições.
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