A classe artística de Teresina realiza nesta quarta-feira (18) um manifesto contra a abertura do trecho da rua Senador Teodoro Pacheco, que passa em frente ao Theatro 4 de Setembro. Atualmente, a rua é fechada para o trânsito de veículos, atendendo à legislação que protege bens tombados e seus entornos. O ato está marcado para as 18 horas, em frente ao Theatro 4 de Setembro. Na oportunidade, haverá show com a cantora Darlene Viana, pelo projeto “Quanto vale o show?”.
Para o coordenador do Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro, João Vasconcelos, a possibilidade de reabertura da rua é absurda e não irá resolver o problema do trânsito no centro da cidade. “Consideramos a rua uma extensão da calçada do Theatro. É onde o público aguarda antes de entrar para os espetáculos. Precisamos nos assegurar em leis que amparam este isolamento. Essa possibilidade é absurda e não resolve nada”, completa João Vasconcelos.
A discussão em torno da abertura da rua para o trânsito surgiu a partir de uma solicitação da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Teresina. A Coordenação de Registro e Conservação da Secretaria Estadual de Cultura – Secult encaminhou à Prefeitura de Teresina um parecer desfavorável à reabertura deste trecho da rua Senador Teodoro Pacheco.
De acordo com o documento, assinado pela coordenadora de Registro e Conservação da Secult, arquiteta Patrícia Mendes, a abertura do trecho causará impactos negativos como: poluição sonora, abalo na estrutura dos imóveis históricos (na sua maioria do século XIX), falta de acessibilidade para o Complexo Cultural, além dos prejuízos para a paisagem urbana e para a memória teresinense.
Além do Theatro 4 de Setembro, o Club dos Diários e o Cine Rex estão entre os bens tombados a nível estadual na praça Pedro II, que também é protegida pela lei municipal nº 1.959 de 16.08.88.
O secretário estadual de Cultura, Fábio Novo, também se manifestou contra a reabertura. “Temos que garantir a salvaguarda desses patrimônios. Nessa área há bens tombados nas esferas municipal, estadual e federal. Nós somos contrários à reabertura”, conclui.
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