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Quinta-feira, 28 de março de 2024
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23/08/2017 - 08h46

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23/08/2017 - 08h46

Vítima de preconceito, Regina recebe solidariedade, carinho e reconhecimento no plenário

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Quando o preconceito é endossado por uma decisão judicial, revolta ainda mais. A senadora Regina Sousa (PT-PI) não escondeu a indignação e a dor ao ser informada, nesta terça-feira (22), de que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal suspendeu decisão liminar que obrigava o YouTube a excluir um vídeo no qual uma blogueira dispara xingamentos logo após a sessão em que se decidiu pelo afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff.

 

As agressões, que incluem xingamentos como anta, gentalha, semianalfabeta e cretina não foram motivos suficientes para convencer a 8ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal de que o vídeo não deveria continuar a ser exibido nas redes sociais. Alegando necessidade de proteger a “liberdade de expressão”, eles decidiram manter as ofensas no ar.

 

“Eu entrei com uma ação pedindo para tirar o vídeo do ar porque era muita ofensa", explicou. Em primeira instância, uma liminar determinou a exclusão do vídeo. De acordo com a decisão inicial, a jornalista ultrapassou o limite da crítica e ofendeu a dignidade da parlamentar. Mas um recurso do Google foi agora acatado.

 

 “Fico pensando o que passa na cabeça de um colegiado que acha normal, numa crítica, as pessoas fazerem isso, lamentou. Em lágrimas, Regina prosseguiu: “Fico pensando que esse tribunal acha que eu sou mesmo gentalha, analfabeta, anta”. Para ela, o pior é saber que “vale tudo”.

 

Os senadores presentes em plenário se solidarizaram com a parlamentar piauiense e disseram estar dispostos a não deixar as agressões se perpetuarem.

 

Carinho e solidariedade

 

Mesmo quem está habituado a disputas políticas com a senadora petista se mostrou indignado. Simone Tebet (PMDB-MT) disse que é preciso desmistificar o Brasil. “Conheço a dor da injustiça. Mas não posso avaliar o tamanho da dor de ser avaliada e analisada pela cor da pele”, lamentou.

 

Jorge Viana (PT-AC) falou de seu orgulho em compartilhar espaço no Senado e no partido com Regina Sousa. “Isso [preconceito] é algo primitivo e muito triste. As redes vieram para nos aproximar mas, dependendo do mau uso, ela nos afasta”, afirmou, lembrando que as redes tiram do anonimato “pessoas que não são figuras humanas e, sim, monstros que agridem pessoas”.

 

Marta Suplicy (PMDB-SP) disse que a intolerância no País está além dos limites que se possa ter. “Vivemos num País em que 52% da população é negra e ainda temos que encarar esse tipo de coisa”, lamentou.

 

Vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos – que Regina preside – e também negro, o senador Paulo Paim (PT-RS) se emocionou às lagrimas com o discurso. Ele lembrou que não é a primeira vez que Regina enfrenta esse tipo de agressão.

Emocionada, Regina disse que os ataques não vão mudar a sua determinação de lutar pelo que acredita. “Desde menina que eu sou lutadora e não vai ser ninguém que vai me transformar no que eu não sou. E eu serei sempre esta aqui. Meu jeito de falar, meu jeito de vestir, meu cabelo enrolado... Ninguém vai mudar isso”, prometeu.

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