Sou pela frente antifascista (dúvida zero sobre qual a prioridade do momento) aliás prefiro a palavra articulação de um amplo e plural movimento antifascita. Frente lembra muito frente eleitoral, isso gera muito confusão.

Em um movimento antifascita cabe todo mundo, menos os fascistas, os farsantes, o fascistas neoliberais econômicos e os facínoras.

Vamos situar cada uma das categorias, comportamento ou posicionamento político acima. Farsantes, farsantes são as e os que posam de democratas, mas suas práticas são autoritários reacionarias, desejam eliminar quem pesa contrário às suas posições, são preconceituosos com os valores socialistas, são anticomunistas mesmo que critiquem sofisticadamente os valores anticapitalistas.

Anticomunismo que não se resume somente ser contra ao comunismo como ideologia ou especificamente aos partidos comunistas, mas contra as forças, partidos e ideias de esquerda, mesmo que aparetenente fale o contrário. Fascistas são os que trazem as características descritas dos farsantes, mas de forma explícita, assumem suas posições. Fascistas econômicos, são os que economicamente, mesmo que não se assumam fascitas ou ainda não se assumam, e aplicam políticas econômicas neoliberais, uma espécie de fascismo sim, pois leva milhares de pessoas à morte. Exemplo cabal Paulo Guedes.

Sobre as e os golpistas arrependidos, não basta está arrependido de ter eleito, ajudado a eleger, ou decepcionado com o desgoverno Bolsonaro, isso é  importante, mas é fundamental que não sejam golpistas arrependidos da boca pra fora, que são as e os golpistas de sempre, mas que agora se dizem contra o fascismo, é muito contraditório, mesmo porque o golpe é o condutor, é parte importante da pavimentação do caminho fascista, não há fascismo sem golpe, seja clássico ou como os de novo tipo, disfarçado de democrático. No entanto o golpista realmente arrependido de ter ajudado no golpe e que realmente é contra o fascismo, deve sim tá no movimento  antifascista. Não estou falando da massa, do povo, que votou no Bolsonaro e outras aberrações reacionarios e evidente, grande parte não é fascista, de fato não dá para dizer que os 57 milhões de brasileiros e brasileiras que votaram no Bolsonaro são fascistas. Sim o facínora, o facínora é o fascista (violento, sanguináreo, autoritário, machista, misógino, homofóbico) sem organicidade política, isolado socialmente ou não, mas que atua no campo comportamental de forma individual.

Pois bem, afora situações e personalidades que se enquadram, todas e todos são bem vindos a esse movimento, que deve ser o mais amplo possível.

E a fala do Lula Correto, o fascismo político é o mal prioritário a ser derrotado, mas sem serem derrotadas suas pilastras? Por isso não ser tão simples assim, e não se trata de hegemônia ou hegemonismo, logo em seguida, ou concomitantemente, quem disse que a história não se repetirá dezenas de vezes? Entendi e concordo com a prioridade, mas entendi e bem a mensagem de Lula

Antonio Carlos de Freitas
É piauiense de Floriano, ex-deputado estadual do Ceará