"A educação midiática é um conjunto de habilidades que mostra como analisar as informações, refletir sobre elas e criar um ambiente informacional rico, crítico e ético em todos os meios. Tem a ver com reflexão e responsabilidade dentro do contexto informacional", explica Sílvia Piva, pesquisadora do IEA (Instituto de Estudos Avançados) da USP, onde estuda as relações com a mídia.
Entre os questionamentos que esse tipo de educação orienta a fazer estão: "Sobre o que esse material está falando? Quem o produziu? É um conteúdo pago? Vem de uma guerra de narrativas? Quer me convencer a comprar algo? Qual é o objetivo dessa mensagem?".
Para Piva, a educação midiática é essencial para entender as informações criticamente e também evitar disseminar fake news. "Essa educação se coloca de uma forma ampla, como um direito humano, que transforma pessoas em agentes fortalecedores do ambiente democrático, contribuindo positivamente para a sociedade e para um debate produtivo sobre as informações", explica.
"Um cidadão que recebe uma educação midiática entende o valor da liberdade de expressão, da pluralidade de opiniões, da transparência, tolerância e das liberdades individuais na sua forma de se expressar", completa.
"Construir o conhecimento ficou mais complexo. Na época das mídias de massa, o emissor da informação estava concentrado e os receptores não podiam se manifestar imediatamente. Agora, esse paradigma é totalmente alterado e a informação que era de um para muitos passa a ser de muitos para muitos", comenta.
"Não há um curador da interpretação, não há intermediários direcionando o que é real ou o que é fake news. Tudo isso pode trazer um paradoxo: ao mesmo tempo em que se pode ser mais crítico ao que se recebe, também é possível estar mais vulnerável", completa a pesquisadora.
Ela lembra, ainda, que os conteúdos falsos muitas vezes dialogam com algo em que acreditamos ou gostaríamos de acreditar, o que pode tornar mais difícil resistir a eles.
O que fazer?
O professor Luís Landeira, doutor em educação pela USP, lembra que o ensino é parte da BNCC (Base Nacional Comum Curricular): "Não podemos pensar no aluno dissociado da era digital em que vivemos. Os meios de comunicação são instrumentos e não fins em si mesmo, por isso é muito adequado desenvolver nos estudantes a competência de usá-los adequada e eticamente."
Mas essa formação, para ele, deve ir para além da escola. "Pais e responsáveis também devem cuidar do desenvolvimento da educação midiática. Isso não significa, necessariamente, colocar o filho numa escola de computação, mas aprender a usar instrumental e eticamente esses meios digitais", completa.
Entre as boas iniciativas no Brasil, Piva aponta para projetos como o Instituto Palavra Aberta e o Educamídia, que difundem a educação midiática e lançaram um guia para educadores.
Para a pesquisadora, entre as referências mundiais de educação midiática está a Finlândia, que começou a investir nisso a partir de 2014, época em que houve um aumento das fake news relacionadas à anexação da Crimeia pela Rússia. "A inclusão da educação midiática como parte do currículo elevou o patamar crítico do país", explica.
Uol
Entre os questionamentos que esse tipo de educação orienta a fazer estão: "Sobre o que esse material está falando? Quem o produziu? É um conteúdo pago? Vem de uma guerra de narrativas? Quer me convencer a comprar algo? Qual é o objetivo dessa mensagem?".
Para Piva, a educação midiática é essencial para entender as informações criticamente e também evitar disseminar fake news. "Essa educação se coloca de uma forma ampla, como um direito humano, que transforma pessoas em agentes fortalecedores do ambiente democrático, contribuindo positivamente para a sociedade e para um debate produtivo sobre as informações", explica.
"Um cidadão que recebe uma educação midiática entende o valor da liberdade de expressão, da pluralidade de opiniões, da transparência, tolerância e das liberdades individuais na sua forma de se expressar", completa.
"Construir o conhecimento ficou mais complexo. Na época das mídias de massa, o emissor da informação estava concentrado e os receptores não podiam se manifestar imediatamente. Agora, esse paradigma é totalmente alterado e a informação que era de um para muitos passa a ser de muitos para muitos", comenta.
"Não há um curador da interpretação, não há intermediários direcionando o que é real ou o que é fake news. Tudo isso pode trazer um paradoxo: ao mesmo tempo em que se pode ser mais crítico ao que se recebe, também é possível estar mais vulnerável", completa a pesquisadora.
Ela lembra, ainda, que os conteúdos falsos muitas vezes dialogam com algo em que acreditamos ou gostaríamos de acreditar, o que pode tornar mais difícil resistir a eles.
O que fazer?
O professor Luís Landeira, doutor em educação pela USP, lembra que o ensino é parte da BNCC (Base Nacional Comum Curricular): "Não podemos pensar no aluno dissociado da era digital em que vivemos. Os meios de comunicação são instrumentos e não fins em si mesmo, por isso é muito adequado desenvolver nos estudantes a competência de usá-los adequada e eticamente."
Mas essa formação, para ele, deve ir para além da escola. "Pais e responsáveis também devem cuidar do desenvolvimento da educação midiática. Isso não significa, necessariamente, colocar o filho numa escola de computação, mas aprender a usar instrumental e eticamente esses meios digitais", completa.
Entre as boas iniciativas no Brasil, Piva aponta para projetos como o Instituto Palavra Aberta e o Educamídia, que difundem a educação midiática e lançaram um guia para educadores.
Para a pesquisadora, entre as referências mundiais de educação midiática está a Finlândia, que começou a investir nisso a partir de 2014, época em que houve um aumento das fake news relacionadas à anexação da Crimeia pela Rússia. "A inclusão da educação midiática como parte do currículo elevou o patamar crítico do país", explica.
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