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Segunda-feira, 13 de maio de 2024
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Deusval Lacerda

deusvallacerda@bol.com.br

30/05/2016 - 09h29

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Deusval Lacerda

deusvallacerda@bol.com.br

30/05/2016 - 09h29

Ministério é coisa séria

Não há governo eficiente sem operosos auxiliares nas áreas em que atuam a governança. E governança é a adequada prestação dos serviços exercidos pelo governo. No governo federal do Brasil, os setores da administração pública geralmente competem às atribuições dos ministérios. Logo, o ministério de qualquer governo brasileiro é a bússola para se aquilatar a boa intenção e o valor da sua governação.

 

Dessumindo o ministério do governo interino de Michel Temer, fomos surpreendidos e por isso taxativo que, da forma como escolheu os seus ministros, via indicação das lideranças partidárias do conchavo no Congresso Nacional, não poderia ser vantajoso para os brasileiros pelo fato de na sua grande maioria ser abaixo da média por compor-se de politiqueiros, incompetentes e inexpressivos. É bom lembrar que na gestão pública não há mágica, mas diligência, perícia, tirocínio, compromisso, responsabilidade, trabalho etc. Com a antevisão de que o ministério Temer é fraco, ou seja, não existe efetivamente para promover políticas públicas para o bem-estar da nossa população, por argolar-se aos acordos de bastidores legislativos, denunciamos com o recente artigo “Que ministério é esse?”, que, em poucos dias, restou comprovada a nossa razão.

 

Começou com a patacoada do ministro do Planejamento Romero Jucá que, graças a Deus, foi embora. Pois governo fielmente aos brasileiros não cabe paspalhão. Aliás, com o seu passado, não era mais para ter assento no Senado da República, muito menos planejar o Brasil. Temos pessoas gabaritadas para precípua missa. Pois, como intuímos, ele não poderia desfilhar aos olhos da Nação. E logo veio à tona a sua verdadeira faceta, qual seja, estar na política para jogar em faixa própria, ou melhor, contra os ideais de brasilidade.

 

Mas sobressaiu também a tacanhez de alguns ministros que falaram demais e que tiveram de ser desmentidos ou acabaram sendo desautorizados pelo próprio Temer. Por exemplo: O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que Temer não é obrigado a escolher o primeiro nome da lista tríplice oferecida pelo Ministério Público para a nomeação do novo procurador-geral, o que ocorrerá no fim do ano que vem. Horas depois, Temer divulgou nota afirmando o contrário. Aí foi a vez do ministro da Saúde, Ricardo Barros, que reclamou do tamanho do Serviço Único de Saúde (SUS) e disse que em breve o País não terá mais condições de arcar com o custo do sistema. Teve de voltar atrás, dizendo que o SUS é um direito garantido. Depois veio Mendonça Filho, ministro da Educação, que propôs a cobrança de mensalidades em cursos de extensão e pós-graduação em universidades públicas, para, em seguida, desmentir-se.

 

Assim, não há como negar que o governo Michel Temer terá papel histórico de inflexão ao curso normal do aprimoramento democrático brasileiro, também administrativamente não condiz com a elevação da gestão pública nacional em razão da sua equipe está aquém das demandas do povo e das pretensões da institucionalidade da Pátria.   

 

 

 Deusval Lacerda de Moraes é economista

Deusval Lacerda

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