Assim como eu, você talvez já esteja cansado de ouvir detentores de cargos eletivos, em especial os executivos, alegarem dificuldades financeiras para administrar. Os maiores chorões são os prefeitos. É uma choradeira tão constante que já está ficando chato ouvir. Do jeito que falam, até chego a pensar que nas eleições municipais de 2016 ninguém vai querer mais disputar as prefeituras e as cidades vão ficar órfãs de postulantes ao poder (risos).
Dificuldades realmente existem, mas o povo não elege gestor para usá-las como desculpa pela sua inoperância. No dia em que registraram as candidaturas eles já sabiam o que iriam ter pela frente caso fossem eleitos. Não é justo, e muito menos legal, deixar de desenvolver ações em prol da coletividade sob o “batido” argumento de dívidas deixadas pelos antecessores, falta de verbas, etc.
No Piauí, por exemplo, um dos grandes problemas enfrentados, sobretudo nos últimos dois anos, tem sido a seca. Considerada a pior dos últimos 50 anos, a estiagem tem deixado um rastro de destruição nas cidades sertanejas. Em muitos lugarejos, não existe ação das esferas de governo e o homem que vive da roça fica a mercê da própria sorte. Enquanto isso os prefeitos, que são os gestores mais próximos do povo, praticamente nada fazem.
Já caminhamos para o fim do primeiro ano da legislatura 2013/2016 e os chefes das prefeituras continuam usando a mesma “tática” para tentar ludibriar o povo: a falta de dinheiro. A ausência de compromisso com a população já despertou a atitude do Ministério Público do Estado do Piauí (MPE-PI).
Em setembro um Inquérito Civil foi instaurado pela Promotoria Regional Ambiental em São Raimundo Nonato-PI para apurar a inércia dos prefeitos na questão da seca em 29 municípios do semiárido piauiense. O MP cobra o fim da ineficácia em municípios como Dom Inocêncio, Coronel José Dias, Dirceu Arcoverde, Fartura do Piauí e outros.
Alguma coisa realmente precisa ser feita. A população que sofre com os problemas não quer saber de rombos deixados por ex-gestores, de falta de recursos, e sim de atitude daqueles que se candidataram prometendo melhorar a vida do povo. Chega de chorar miséria e de jogar a culpa nos ex-prefeitos, afinal eles hoje são passado e como dizem por aí, quem vive de passado é museu, não é?
Gustavo Almeida
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.