O senador Elmano Férrer, eleito legitimamente pelo povo do Piauí, em 2014, deu uma lição de coerência e responsabilidade política no lamentável episódio do Senado Federal que usurpou o poder da presidente eleita Dilma Rousseff.

Todos os brasileiros que acompanham o desenrolar da política nacional e os desdobramentos do poder central do País e da sua conjuntura interna, sabem o que aconteceu no recente processo de impeachment. Foi um golpe perpetrado através de conchavo da grande maioria parlamentar do Congresso Nacional, rasgando a Constituição da mesma forma que alguns dos seus ascendentes rasgaram em 1964, quando apoiaram as forças armadas para abocanhar o poder na marra.

Mas o senador Elmano, apesar dos apelos dos algozes da democracia, inclusive do próprio beneficiário direto, não cedeu, e manteve firme e inquebrantável o seu ideário democrático, dando demonstração que não é volúvel, interesseiro, manipulador, fingido, aconchavado, maquiavélico, inconfiável, enganador, enfim, não é possuidor daqueles sem-número de defeitos que muitos brasileiros atribuem a certos membros da classe politica pátria.

Elmano, com o gesto de votar contra a farsa do impeachment, disse altivamente não ao crime de responsabilidade, que não existiu; disse não à autoria do mesmo crime, que também não existiu; disse não às tais de “pedaladas fiscais”, que foram invencionices de ocasião para enganar o povo; e, o mais importante, disse não a atentar – e em plena luz solar – contra a democracia brasileira.

Por tudo isso, os piauienses que votaram no senador Elmano Férrer estão de alma lavada, porque votaram num verdadeiro homem, que jamais iria ao Senado da República para fazer feio ao mesmo tempo ao Piauí, ao Brasil e ao Mundo. E o que é pior, na patacoada de que fizeram a coisa mais certa do planeta para eles próprios. Elmano fez a diferença, pois não deixou se levar pelos interesses mesquinhos dos chamados profissionais da política, ou seja, dos políticos da elite brasileira, que mais uma vez enfeiou a nossa História. Elmano respeitou a mesma democracia que o levou ao Senado Federal. Isso é o que chamamos de coerência, artigo raro hoje em dia na tônica de vida dos oportunistas de plantão. Parabéns ELMANO FÉRRER!

Deusval Lacerda de Moraes é economista