Podem estranhar, mas não há novidade na notícia de racismo do jornalista William Waack. Com “boa formação”, inclusive em sociologia e política. Isso que dizer que a formação, dependendo de qual formação recebeu, não é suficiente para desconstruir valores racistas. O dramático é que como repórter que é, e de relevância na construção das pautas e indicações e exclusão de pessoas para entrevistas e para ocupar lugares na empresa onde trabalha, podemos questionar, quantos negros e negras foram preteridos por este “profissional” por ser negro ou negra? Quantas entrevistas foram conduzidas, alegando “imparcialidade”, mas estava fortalecendo o preconceito, a discriminação e, consequentemente, um lugar de superioridade das pessoas brancas na sociedade brasileira? Posições e valores que são manifestas em suas preferências políticas.
O que pensar de sua empresa? A mais de um ano essas imagens eram do conhecimento da emissora e não tomaram uma atitude. Por quê? São atitudes corriqueiras e naturalizadas entre os profissionais do jornalismo. Como? Na escolha dos entrevistados, a estética tem valor considerável, afinal quem vai confiar no negro ou negra na televisão?
E nós negros e negras, o que fazemos? Além de apreciamos a estética eurocêntrica e, até arábe?
-------------------
José Miranda é professor, nas redes sociais.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.