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Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
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13/11/2012 - 10h54

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13/11/2012 - 10h54

Caminhoneiros de limpeza pública decretam greve em Teresina

Noventa e seis caminhoneiros que trabalham na varrição e capina realizam protesto em frente à Câmara Municipal de Teresina (CMT), na manhã desta terça.

 Redação

 

Os caminhoneiros de limpeza pública de Teresina, responsáveis pela coleta de todo o material oriundo do serviço de capina e varrição, iniciaram nesta terça-feira (13) uma greve por tempo indeterminado. Eles realizaram hoje uma manifestação na Avenida Marechal, em frente à Câmara Municipal de Teresina.

Os trabalhadores alegaram que estão sem receber seus salários há quase três meses em virtude da falta de repasses da Prefeitura de Teresina para a Sustentare, empresa responsável pelo serviço limpeza pública da cidade, que realiza o pagamento dos caminhoneiros.

Segundo a Associação dos Caminhoneiros de Limpeza Pública de Teresina, 96 veículos faziam a coleta de resíduos nas zonas urbana e rural da cidade, porém, nos últimos meses a Sustentare teria demitido 41 caminhoneiros e 100 garis e dado férias "forçadas" a outros 300 garis que trabalham no serviço de capina e varrição em Teresina, com a justificativa de que precisava "enxugar" a folha de pessoal.

"Cada caminhão desses envolve pelo menos três pessoas. Então são vários trabalhadores sem ter como manter suas famílias há quase três meses; pais de famílias que, além de não receberem nenhum centavo, ainda ficaram desempregados", revela José Anastácio, vice-presidente da associação.

Segundo dados da associação, cada veículo faz duas viagens por dia e recolhe, em média, de 10 a 15 toneladas de lixo diariamente, o que representa, aproximadamente, 4 mil toneladas de lixo retirados das ruas todos os dias. Cada trabalhador recebe cerca de R$ 6 mil bruto por mês, sem contar os descontos relativos a gastos com óleo diesel fornecido por postos de gasolina, serviços de borracheiros em pneus, fornecedores de peças de veículos e, para alguns, ainda há custos com pagamento da prestação do veículo.

"Estamos há dois meses e quinzes dias sem receber dinheiro. A greve é por tempo indeterminado, enquanto não sair o nosso pagamento. Não vamos trabalhar, não podemos mais aceitar essa situação, pois os postos não fornecem mais óleo, as borracharias não consertam mais pneus e as casas de peças não querem mais nem ver caminhoneiro", disse Raimundo Xavier da Silva, presidente da associação, acrescentando que, hoje, com 51 veículos, a entidade trabalha com o mesmo contingente de pessoas que tinha em 1997, quando o serviço estava apenas começando e Teresina era muito menor.

Fernando Goes, gerente de contrato da Sustentare, confirma que foram concedidas férias a 300 funcionários. Ele diz, entretanto, que apenas 24 garis foram demitidos. Ainda segundo ele, do total de 101 caminhoneiros, apenas 38 foram dispensados. "Fizemos isso porque tivemos que reduzir o número de funcionários atendendo a uma solicitação da Prefeitura", informou.

De acordo com a empresa, o pagamento atrasado refere-se apenas ao mês de setembro, já que a folha de outubro ainda está por vencer. "Estamos aguardando o repasse da Prefeitura para fazer o pagamento dos trabalhadores referente ao mês de setembro. O mês de outubro ainda não venceu", disse.

Apoiando o movimento dos caminhoneiros em frente à Câmara, o vereador Joninha (PSDB) disse aos trabalhadores que pretende apresentar requerimento na próxima sessão da Casa com o intuito de que o tema seja debatido e que sejam elaborados questionamentos à Secretaria de Finanças da Prefeitura de Teresina, que deve explica como estão ocorrendo os repasses para a empresa Sustentare.

"Temos que pressionar a Prefeitura a pagar a Sustentare, para que esse valor seja repassado aos caminhoneiros. Cada trabalhador desse tira em média duas cargas de lixo por dia das ruas da cidade. Se eles pararem, Teresina vai ficar um caos", destacou o vereador.

Redação

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