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Redação

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08/11/2019 - 18h22

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08/11/2019 - 18h22

"Vocês eram o alimento da democracia que eu precisava para resistir”, diz Lula a apoiadores

Condenado pelo caso do tríplex no Guarujá, ex-presidente foi beneficiado por decisão do STF.

 RODOLFO BUHRER (REUTERS)

Apoiadores de Lula em frente à sede da PF em Curitiba.

 Apoiadores de Lula em frente à sede da PF em Curitiba.

Luiz Inácio Lula da Silva está livre. Após 580 dias de prisão em uma cela na sede da superintendência da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente saiu às 17h40 nesta sexta-feira para encontrar seu apoiadores, que gritavam "Lula Livre!". O petista foi colocado em liberdade por decisão do juiz Danilo Pereira Júnior,  que acatou um pedido da defesa do petista protocolado pela manhã, feito com base na nova interpretação do Supremo Tribunal Federal com relação à possibilidade de prisão após condenação em segunda instância.

“Vocês eram o alimento da democracia que eu precisava para resistir”, disse o petista falando à vigília que se manteve em torno à sua cela durante todo o período de detenção. O ex-presidente estava ao lado de dirigentes do PT e da namorada Rosângela Silva, socióloga, que milita no partido há anos. "Consegui a proeza de, preso, arrumar uma namorada, estar apaixonado e ela aceitar casar comigo", disse, para aplauso dos apoiadores. Ela o visitava todas as quinta-feiras, após seus familiares, mas o casal não teve direito à visita íntima.

Lula confirmou o que circulava: que fará um discurso em São Bernardo do Campo, seu berço político, neste sábado —será no mesmo Sindicato dos Metalúrgicos onde começou sua carreira e no qual ele decidiu estar por dois dias antes de se entregar à polícia, em abril de 2018. O ex-presidente, que não poupou críticas à Operação Lava Jato que o pôs atrás das grades, disse ainda que planeja uma caravana pelo país.

A liberdade do petista, que segue recorrendo na Justiça para ter anulada sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, é mais um capítulo do julgamento mais emblemático da redemocratização, na qual o petista foi condenado por ter aceito que a OAS fizesse reformas num triplex no Guarujá, numa espécie de propina disfarçada.

Em seu despacho concedendo a liberdade de Lula o magistrado determinou "em face das situações já verificadas no curso do processo, que as autoridades públicas e os advogados do réu ajustem os protocolos de segurança para o adequado cumprimento da ordem, evitando-se situações de tumulto e risco à segurança pública". Simpatizantes do ex-presidente realizam uma vigília no local desde sua prisão.

O ex-presidente estava preso desde abril de 2018, após ser condenado no caso do triplex no Guarujá, que segundo o Ministério Público Federal teria sido oferecido a ele por empreiteiras como contrapartida por benesses durante seus Governos.

Fonte: El País

RODOLFO BUHRER (REUTERS)

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