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Segunda-feira, 28 de abril de 2025
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24/02/2013 - 16h55

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24/02/2013 - 16h55

Descaso: pacientes ficam mais de 17 horas na fila para receber atendimento no HUT

OAB constata irregularidade no funcionamento do HUT em decorrência da greve dos servidores. Outros hospitais também não funcionam normalmente

 Redação

 

A Comissão de Direito da Saúde, da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Piauí, constatou irregularidade no funcionamento do Hospital de Urgência de Teresina em decorrência da greve dos servidores municipais. O setor de radiologia está funcionando com menos de 30% da equipe, infringindo a lei nº7783 de 1989, que prevê a manutenção desse percentual mínimo nos serviços médicos e hospitalares em caso de paralisação.

As representantes da Comissão de Direito da Saúde, Cínthia Ayres e Rubenita Lessa, visitaram o hospital, na manhã deste domingo (24), para fiscalizar se os atendimentos estão sendo realizados conforme determina a lei. Ao chegarem ao local, encontraram filas imensas e pacientes com até 17 horas aguardando atendimento para realização de raios-X.

Em virtude da paralisação no setor, apenas um técnico em radiologia está atendendo a população em plantões de quatro horas. “Significa que o serviço básico não está sendo oferecido. Isso prejudica muito a população, porque a maior parte dos pacientes vão para a ortopedia”, destaca a advogada Rubenita Lessa.

Os irmãos Ivonildo Vieira e Adelmo Vieira contaram que estavam há mais de nove horas na fila para fazer raio-X do ombro e face, respectivamente. Após sofrerem acidente de motocicleta no bairro Angelim por volta da meia-noite deste domingo, os pacientes deram entrada no hospital, mas até as 9h, momento da visita da OAB, ainda aguardavam atendimento.

De acordo com o ortopedista, Bruno Freire, a paralisação compromete todo o atendimento. Para fazer qualquer encaminhamento médico, precisamos de exames. Se a radiologia está com um reduzido número de técnicos, o atendimento atrasa por conta da greve específica do setor, relata o ortopedista.

A paralisação dos hospitais da rede municipal de saúde teve início na última segunda-feira (18). No caso do HUT, além do setor de radiologia, os técnicos de laboratório e os auxiliares administrativos estão parados.

E assim como os pacientes Adelmo e Ivonildo, inúmeras outras pessoas ocupavam os corredores do hospital, durante a visita institucional da Ordem. O cheiro de sangue e urina pairava no local. “Isso é desumano!”, relatou o vigilante Danilo Inácio costa, acompanhante de um paciente que aguardava há cerca de 15 horas pela realização de um exame. Nos olhos de cada pessoa era visível a angústia pela espera de atendimento e encaminhamento médico.

Diante do descaso verificado, a presidente da Comissão de Direito da Saúde, Cínthia Ayres, assegurou que se reunirá com a diretoria da OAB-PI para repassar o relatório da visita de fiscalização e avaliar as medidas cabíveis a serem tomadas. “A OAB vai agir institucionalmente e cobrar dos órgãos responsáveis para que a situação seja mudada”, garante.

A equipe representativa da seccional piauiense da OAB visitou também o Pronto Socorro do Dirceu Arcoverde e a Unidade de Saúde Wall Ferraz, na zona Sudeste da capital. Conforme levantamento realizado, nesses locais os atendimentos estão sendo realizados normalmente.

No entanto, segundo o cirurgião Lívio Costa, o hospital do Dirceu, como é popularmente conhecido o pronto-socorro do bairro, está com o aparelho de radiologia quebrado. “Quando precisa desse tipo de atendimento, encaminhamos para o Hospital de Urgência de Teresina”, conta. E lá os pacientes se deparam com aquele problema.

Redação

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