O Movimento dos Trabalhadores Sem Terras (MST) quer a proibição da pulverização aérea de plantações no Piauí. A sugestão foi apresentada, nesta quinta-feira (14), pelo representante da entidade, Claudomir Vieira, em reunião realizada na Assembleia Legislativa do Piauí para discutir a regulamentação do uso de agrotóxicos no Estado. Ele disse que a medida visa impedir a contaminação de rios e da população.
A reunião, que foi presidida pela deputada Rejane Dias, líder do PT, contou com a participação do presidente da Federação da Agricultura do Piauí, Carlos Augusto Carneiro da Cunha, o Caú, e de representantes da Delegacia Regional do Trabalho, de órgãos estaduais e de organizações não-governamentais.
Rejane Dias disse que a reunião tinha o objetivo de ouvir todas as partes envolvidas no setor agrícola sobre o uso de agrotóxicos, a fim de obter sugestões que contribuam para a apresentação de Projeto de Lei que regulamente a venda e a utilização dos produtos utilizados na lavoura.
O presidente da Federação da Agricultura, Carlos Augusto Carneiro, afirmou que o Governo Federal flexibilizou a norma que autoriza a pulverização aérea de lavouras até o fim da safra 2012/2013. A medida permite que defensivos agrícolas contendo as substâncias Imidacloprido, Tiametoxan e Clotianidina sejam utilizados nas pulverizações até o dia 30 de junho próximo.
A representante da Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde, Tatiana Vieira, disse que exames comprovaram que 32% dos alimentos consumidos no Piauí são contaminados com agrotóxicos. Claudomir Vieira, do MST, assinalou que cada brasileiro consome mais de cinco litros de agrotóxicos por ano através dos alimentos.
Rejane Dias declarou que as sugestões apresentadas durante a reunião serão analisadas, o que significa que elas poderão ser incluídas ou não no Projeto de Lei que tratará sobre a regulamentação do uso de agrotóxicos. Ela ressaltou que será realizada uma nova reunião para tratar do assunto no próximo dia 03 de abril.
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