A deputada Liziê Coelho (PTB) propôs hoje (11) a formação de uma comissão para ir ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, à Defesa Civil nacional , além de outros órgãos federais pedir ações que possam amenizar os efeitos da seca no Piauí. Ela disse que a estiagem não pode ser encarada apenas como um fenômeno cíclico, que ocorre com intervalos de 10 ou de 15 anos, mas como algo que faz parte do cotidiano do sertanejo e tem que ser combatida com programas permanentes.
“A seca é um fenômeno natural no semi-árido, causando prejuízos. O rebanho dos criadores piauienses foi reduzido em 70%, tanto porque foi vendido a um preço baixo ou porque o gado morreu de sede. Começou a chover, mas não no volume que se esperava. Juntou água em barragens, açudes e barreiros. Daqui vai haver pastagem pois a natureza é pródiga, mas os criadores estão empobrecidos. Por isso, precisamos cobrar do Governo Federal uma forma que permita a eles repor o rebanho, através de instituições financeiras como o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste, assim como anistiar as dívidas atuais, pois os criadores empobreceram e não podem pagar”, frisou.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Themístocles Filho (PMDB), concordou com a proposta de Liziê Coelho, mas lembrou que as chuvas não são suficientes para sustentar a produção agrícola e as pastagens até o próximo período chuvoso. “As previsões indicam que as chuvas terminam no final de abril. No final de maio já teremos problemas. Fui procurado hoje por um vereador de Simplício Mendes apoio pedindo para a implantação de uma base da Conab naquela cidade para a distribuição de milho, pois o problema é grande”, afirmou.
A deputada Amparo Landim (PSD) informou que as previsões metereológicas indicam que a seca vai prosseguir até 2015, mas para ela possa ser enfrentada devem tomadas ações efetivas como existem nas áreas da saúde e da educação. “O semi-árido teve a produção zerada, o rebanho dizimado. Um criador de São João do Piauí, para receber o milho da Conab tem que ir a Floriano ou Oeiras e quando chega lá não tem o produto”, disse.
Amparo Landim cobrou de todas as autoridades uma ação efetiva para encarar o problema. “A seca é rotina nas nossas vidas. Eu era menina e já via o meu pai sofrer com o problema e nunca foram tomadas medidas, nunca foi aberto um caminho para criar medidas eficazes, como o aproveitamento das águas das barragens através de adutoras”, frisou.
Retomando a palavra, Themístocles Filho disse que temos bastante água no Piauí em rios, barragens e açudes. Para conviver com a seca é preciso que todos compreendam que ela é um fenômeno cíclico que sempre vai se repetir, portanto sem a interferência direta do Governo Federal ele nunca será resolvido. A deputada Liziê Colho voltou a falar para defender que os projetos de barragens contenham a adutora, pois não adianta construir a obra e ela ficar sem utilização. “E além disso, da adutora, em cada localidade o Emater deveria transferir tecnologia e dar assistência técnica aos produtores”, afirmou.
O deputado Chico Ramos (PSB) disse que é um sertanejo e, em uma viagem a Israel, fez questão de conhecer o deserto andando um trecho de 580 quilômetros em um local onde nunca chove. “E lá eles puxam água do rio Jordão e produzem tudo. Aqui, uma adutora da barragem de Boa Esperança a Picos não chegaria a 400 quilômetros, assim como poderia ser buscada água no rio São Francisco”, propôs.
Chico Ramos disse que é criador de gado e a partir de uma pequena barragem consegue irrigar quatro hectares de pastagem para alimentar o seu rebanho. “Crio nelore e já ganhei prêmios até em Uberaba e em várias partes do Brasil.
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