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21/04/2013 - 22h03

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21/04/2013 - 22h03

Farinha de mandioca é vilã da inflação no Nordeste

Quilo da farinha é encontrado agora nos supermercados das capitais nordestinas a R$ 9

 Agência Estado

O preço triplicou devido à seca na região, que prejudicou sensivelmente o cultivo de mandioca (Getty Images)

 O preço triplicou devido à seca na região, que prejudicou sensivelmente o cultivo de mandioca (Getty Images)

No Nordeste, o vilão da inflação em março não foi o tomate e sim a farinha de mandioca. O quilo da farinha é encontrado agora nos supermercados das capitais nordestinas a R$ 9, quando no final do ano passado não passava de R$ 3.

O preço triplicou devido à seca na região, que prejudicou sensivelmente o cultivo de mandioca. A produção caiu 70%.

Derivados do produto, como a tapioca e a paçoca, sofreram aumentos superiores a 150%. A tapioca comum (pequena, redonda e sem recheio) saiu de R$ 0,50 para R$ 1,30 em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Caucaia tem uma central de tapioqueiras, que vende seus produtos no caminho das praias de Cumbuco, Icaraí, Pacheco, Iparana, Tabuba, Pecém, Lagoinha, Paracuru, Baleia e Jericoacoara.

As tapiocas recheadas com queijo, manteiga, carne e camarão tiveram um aumento de 200%. Em Caucaia, elas saíram de R$ 1 em novembro do ano passado para R$ 3 agora. O detalhe é que são tapiocas menores (forma de 100 gramas).

As maiores (formas de 300 gramas) chegam a R$ 10, uma alta de 150% em relação ao ano passado, quando a seca ainda não tinha atingido fortemente a produção de mandioca.

Em Itapajé, tradicional centro cearense de produção de paçoca, uma porção de meio quilo da iguaria agora não sai por menos de R$ 15,00, quando em 2012 era vendida a R$ 6,00.

A tapioqueira de Caucaia, Maria das Graças, reclama do preço da goma. "Estamos comprando o quilo da goma a mais de R$ 7 no mão do produtor, quando no ano passado não passava de R$ 3 reais.

O jeito é repassar esta alta para o consumidor que tem reclamado bastante e diminuído a quantidade comprada. Se antes comparava dez tapiocas, agora leva apenas a metade", constata Graças, que sentiu uma queda nas vendas de 50%.

Os turistas também reclamam. Para eles, o jeito foi reduzir o consumo. Os consumidores cearenses não deixaram de comprar a farinha, a tapioca e a paçoca, mas em menor quantidade. "Eu levava para casa até cinco quilos de farinha por mês, mas agora só levo dois quilos", revela José Fernandes Rodrigues.

 

Agência Estado

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