O Piauí, assim como outros Estados brasileiros, está sendo penalizado com a perda de repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE), em função das desonerações de impostos estabelecidas pelo Governo Federal. Apenas nos meses de março e abril, o Estado do Piauí recebeu a menos cerca de R$ 36,21 milhões. “Houve uma redução de R$ 11,21 milhões do FPE, comparando com março de 2012, ou seja, o FPE teve uma queda de 5,46%, enquanto que no mês de abril essa redução será maior ainda, algo em torno de R$ 25 milhões. Desse jeito, não tem governo, Estado ou município que resista”, lamenta o governador Wilson Martins, durante a primeira reunião de metas realizadas após chegar da Europa.
Diante dessa realidade, o governador Wilson Martins recomendou à equipe econômica um controle maior das despesas e ainda o corte de despesas extras. As obras que já têm recursos pré-determinados, como os investimentos nas áreas de mobilidade urbana, incluindo o rodoanel, continuarão sendo executadas para atender à população.
Wilson Martins também determinou que a equipe da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) prepare um relatório financeiro apontando todas essas perdas (FPE, déficit da Previdência e perdas do Fundeb) que afetam o Estado. O governador vai apresentar o documento, junto com outros governadores, numa reunião, na Secretaria do Tesouro Nacional (STN) - Ministério da Fazenda, em Brasília. “Temos que mostrar esses prejuízos, os Estados e Municípios estão perdendo receitas e enfrentando dificuldades por conta da desoneração dos impostos”, ressalta.
Piauí já perdeu R$ 26,62 milhões com compras não presenciais no primeiro trimestre desse ano
Além da diminuição considerável do repasse do FPE, o Piauí também vem perdendo uma média de R$ 9,62 milhões por mês das compras não presencias. Somente no primeiro trimestre (janeiro a março) de 2013, o Piauí perdeu R$ 26,62 milhões da arrecadação de ICMS das compras não presenciais.
É importante ressaltar que apenas nesse primeiro trimestre as compras não presenciais movimentaram cerca de R$ 475,37 milhões num total de 516.836 operações realizadas pelo Piauí, sendo que nenhum centavo de ICMS ficou no Estado. Vale destacar ainda que esse prejuízo só vem aumentando. Comparando com o primeiro trimestre de 2012, houve um incremento de R$ 39,89 milhões no valor das compras não presenciais. E a quantidade de operações também aumentou: foram realizadas 10.857 operações a mais do que no primeiro trimestre do ano passado.
Durante a abertura da Convenção Lojista do Piauí, na última sexta-feira (19), o governador chegou a pedir o apoio dos lojistas para lutar pela reforma fiscal e tributária, ressaltando um prejuízo anual de cerca de R$ 160 milhões na arrecadação do Piauí, por conta dessa não tributação das compras não presenciais.
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