O Governo do Estado, por meio de convênio firmado entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Piauí (Fapepi) e a Financiadora Nacional de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), adquiriu, nesse mês de abril, um conjunto de equipamentos importados com o objetivo de atender aos laboratórios de química do Núcleo Interinstitucional de Estudos e Geração de Novas Tecnologias (Projeto Geratec), instalado na Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Os equipamentos totalizaram um investimento de R$504.640,60 e vão servir para o desenvolvimento de pesquisas na área da cadeia produtiva local do babaçu.
De acordo com o coordenador do Projeto Geratec e vice-reitor da Uespi, Nouga Cardoso Batista, a aquisição desses equipamentos vai tornar possível uma análise detalhada das propriedades do óleo de babaçu, o que permitirá que se avance ainda mais no aprimoramento dos produtos provenientes dele.
“A amêndoa do babaçu é muito rica em substâncias com aplicabilidade em diversas áreas, como a de medicamentos, cosméticos e biocombustível. O que esses equipamentos vão fazer é uma leitura minuciosa dos materiais produzidos nos meios reacionais, tarefa que só pode ser realizada com tecnologia de ponta, que agora vamos ter acesso”, explica.
Por serem importados, os equipamentos têm previsão de chegada de 90 dias. Entre eles contam: um espectrofotômetro de absorção atômica; sistema de cromatografia líquida de alta eficiência; sistema de cromatografia gasosa acoplada à espectroscopia de massa; módulo de análise térmica e acessórios; espectrofotômetro de uv-vis e um espectrofotômetro infravermelho por transformada de Fourier.
Apesar de ser permeado por termos técnicos e de utilizar alta tecnologia, a essência do Geratec é mobilizar um amplo grupo de pesquisadores oriundos de instituições de ensino diferentes, como Uespi, Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Instituto Federal de Educação de Ciência e Tecnologia (IFPI), com o objetivo comum de desenvolver pesquisas inovadoras, nas áreas de química e biologia, aplicadas à produção do babaçu.
Impacto econômico e ambiental
Segundo o vice-reitor e coordenador do Geratec, Nouga Cardoso, o projeto traz consequências diretas para a economia e o meio-ambiente da região Norte do Estado, com destaque para os municípios de Luzilândia e Esperantina. “Além de agregar valor aos produtos advindos do coco babaçu, estaremos estimulando a produção do produto, o que garantirá uma renda melhor para as 400 mil famílias que vivem dessa economia e evitará a devastação da palmeira na região, protegendo, assim, diversos ecossistemas dela dependentes”, argumenta.
Geratec
A implantação do Projeto Geratec começou em 2010, mas a sua efetiva instalação só aconteceu nos últimos dois anos. Os investimentos chegam a quase R$ 5 milhões e foram usados na construção de laboratórios e na aquisição de equipamentos e insumos. Até agosto de 2013, serão investidos mais R$400 mil, valor referente à última parcela dos recursos do convênio entre a Finep e o Governo do Estado.
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