A Polícia Militar recorreu a pesquisas sobre o passado como parte da preparação para os grandes eventos que o Rio de Janeiro vai receber até 2016. O comando operacional da corporação encomendou uma pesquisa para localizar nos arquivos da instituição os planos estratégicos adotados para a Copa de 1950, no Rio.
A iniciativa partiu do chefe do Estado-Maior Operacional da PM, coronel Alberto Pinheiro Neto, que pretendia estudar os acertos e eventuais erros do esquema montado por seus antepassados na corporação, há mais de 60 anos.
Cada operação da PM é fruto de reuniões e de alinhamentos estratégicos em diversos níveis de planejamento e execução, que envolvem o comando-geral, o Estado-Maior, comandos de área até os batalhões e suas frações, a ponta.
Os projetos de cada unidade envolvida são reunidos em um plano de ação comum que determina o número de homens, viaturas, meios em geral e localização do dispositivo previsto para operar no terreno. Era isso o que buscava o comando.
Para a decepção de muitos, porém, os planos estratégicos antigos não foram encontrados nos arquivos policiais. Provavelmente foram destruídos ao longo dos anos.
Como a localização não foi possível, a pesquisa acabou se dando a partir da análise detalhada de jornais da época, segundo relatos dos jornalistas, conforme informações do poder público e da observação nas ruas – antes, durante e depois da Copa.
“É uma pena que os arquivos não existam mais. Porém o que vimos foi que o planejamento falhou, porque, afinal entraram 200 mil no estádio que não tinha capacidade para isso”, disse, com bom humor, o chefe do Estado-Maior operacional da corporação, coronel Pinheiro Neto.
Aprender com o passado para evitar falhas nos grandes eventos é um objetivo da Polícia Militar, explica o oficial.
A premência de se preparar para acontecimentos mundiais na cidade – como a Jornada Mundial da Juventude (2013), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016) – acabou determinando um investimento maior dos governos estadual e federal em segurança, que garantiu a execução de programas como o das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), cujo número deve chegar a 40 até o próximo ano.
“Tudo isso mudou a dinâmica do crime e o quadro de violência do Rio nos últimos anos, hoje muito diferente de poucos anos atrás. Há uma curva sustentável de queda de homicídio no Rio, de morte de policiais e até de disparos de arma de fogo por PM, que zeraram em algumas unidades”, afirmou o chefe do Estado-Maior Operacional.
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