A indignação do cidadão Francisco Carneiro com a omissão das autoridades em relação às várias mortes ocorridas em Teresina em decorrência da queda de fios energizados da Eletrobras-PI – antiga Cepisa – foi o tema do discurso do deputado Gessivaldo Isaías (PRB) na sessão desta quinta-feira (23). O parlamentar propôs a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as responsabilidades pelas irregularidades existentes na empresa.

“O cidadão questionou no Facebook até quando a Assembleia vai ficar de braços cruzados, quantas mortes vão precisar acontecer para que a Eletrobras-PI tome providências para substituir a rede de energia? Até quando? O seu Francisco Carneiro questiona se vai ser preciso morrer um rico para que se tome providências?”, afirmou.

“Se lá está entrando dinheiro e não há qualidade no serviço, é porque os recursos estão sendo mal administrados. Não há uma gestão comprometida com os interesses dos piauienses. E aqui vai nosso cumprimento ao senhor Francisco Carneiro, que é um cidadão, um eleitor, que cobra seus direitos. Se o povo está nos cobrando é porque confia nos seus representantes aqui nesta Casa”, acrescentou o deputado.

Gessivaldo lembrou os vários casos de pessoas que morreram por causa da queda de fios da rede de energia elétrica. “Será que temos que andar com chave-teste para saber se os postes estão energizados? Ou com guarda-chuva antichoque?”, questionou.

Os deputados Evaldo Gomes (PTC) e Chico Ramos (PSB) também cobraram mais responsabilidade da Eletrobras-PI para que outras mortes possam ser evitadas.
“A situação se agrava a cada dia pela falta de manutenção da rede por causa do descaso da Eletrobras-PI. E assistimos a empresa recorrendo da decisão da Justiça, que mandou indenizar a família daquela jovem que morreu carbonizada depois de tocar num poste da Eletrobras (na avenida Kennedy)... Novas mortes vão acontecer se não houve uma mudança radical no sistema elétrico do Piauí”, previu Evaldo Gomes.

Já o deputado Chico Ramos duvidou que casos semelhantes aconteçam em outras capitais. “Temos que tomar uma atitude enérgica com esse descaso. Uma CPI ou o quê? Precisamos mobilizar também a nossa Justiça para que puna os responsáveis por esses fatos”, defendeu Gessivaldo Isaías.