Uma testemunha da Operação Alcateia, de 16 anos de idade, acusa a Polícia Militar de vazar informações para a quadrilha. Ela relata que repassou à PM, através do telefone 190, detalhes sobre a atuação do bando e que, depois disso, vem recebendo ameaças de morte por parte de familiares de membros da organização criminosa.
“Ela disse que ligou algumas vezes pro 190 e que, ao invés disso ser apurado, ia sendo passado para a quadrilha”, afirmou o delegado Menandro Pedro, presidente do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco).
A adolescente trabalhava como doméstica na casa de um dos presos na operação: Elielson Gonçalves Lima. A esposa dele teria tomado o celular da menor e estaria lhe fazendo ameaças de morte.
O delegado Menandro Pedro disse, ainda, que já entrou em contato com o comandante da Polícia Militar, Gerardo Rebelo, e que a denúncia de vazamento de dados deverá ser apurada.
O caso veio à tona após o conselheiro tutelar Djan Moreira divulgar que a menor não havia conseguido proteção do Estado. Após horas de peregrinação, uma entidade não-governamental ofereceu abrigo à adolescente, que está recebendo também escolta policial.
"Na sexta, recebi ligação de um policial do 3º DP falando dessa menor. Eu disse que ela não tinha passado nenhuma informação para a Polícia Civil, que tudo foi trabalho do Greco e do Núcleo de Inteligência. Eu orientei a registrar a ocorrência e encaminhar para a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente). Depois, o delegado Keiko me ligou dizendo que ela tinha detalhes posteriores à operação e que seria bom ouví-la. Depois eu já recebi foi a ligação do conselheiro tutelar dizendo que tinha um documento do Ministério Público para abrigar a menor", relatou Menandro, criticando a postura do Conselho de expor o caso.
Ao ser ouvida pelo delegado, a adolescente contou sobre o vazamento de informações. Hoje (22), ela deve depor na DPCA.
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