“Não troco uma cajuína gelada por nenhuma outra bebida”. É o que garante o senhor Carneirinho que, aos 72 anos, produz a bebida no sítio da família, localizado a 17 quilômetros de Teresina. A cajuína é considerada patrimônio e símbolo cultural do Estado do Piauí.

João Cavalcante, nome de batismo do senhor Carneirinho, passou de apenas apreciador da bebida a produtor há mais de 15 anos. Ele e a esposa, dona Cleide Maria, fabricam a cajuína de forma artesanal. Casados há 41 anos, eles dispõem de pouco maquinário, mas têm de sobra amor e dedicação.

“Herdamos a máquina de fabricação do meu pai e passamos um bom tempo fazendo o processo manualmente. Atualmente, já temos acesso a uma máquina elétrica. Fazer cajuína não é difícil, mas é trabalhoso”, considera dona Cleide.

No sítio, cerca de 80 pés de caju garantem a produção anual da bebida. São, em média, 6 mil frascos engarrafados durante a safra. As atividades começam no fim do mês de setembro e, depois de concluídas, inicia-se um novo ciclo de demandas: a entrega das garrafas de cajuína para familiares, amigos e apreciadores da bebida produzida pelo senhor Carneirinho.

Da pequena produção, algumas garrafas também são destinadas ao comércio, através de cooperativa, afinal, todos devem ter a oportunidade de desfrutar da saborosa bebida cor amarelo-âmbar. “É provar e se apaixonar”, garante o casal.

Você sabe como é feita a cajuína? Veja um pouco do passo a passo abaixo:

1 – O caju é retirado do pé e lavado;
2 – Na máquina de moer, acontece a extração do suco da fruta;
3 – O suco é separado e acrescenta-se a ele uma gelatina natural para a aglutinação da bebida;
4 – O produto passa para o filtro e depois é engarrafado;
5 - A última etapa é o cozimento, uma das partes cruciais de todo o processo. É nesta fase que a cajuína adquire a cor e o seu sabor preciso. Em média, o cozimento dura em torno de 2 horas e é feito em fornalhas aquecidas a lenha.