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15/08/2012 - 09h43

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15/08/2012 - 09h43

Em Teresina, bandas do cenário alternativo apostam no uso de tecnologia

A cena alternativa de Teresina tem sido invadida por outros gêneros e novas formas de fazer e apresentar música.

 Terra Querida

 

No palco, o videogame Playstation (PSP) é posicionado não para qualquer um iniciar um campeonato de jogos, mas sim para dar a batida daquela noite. É ali, no compacto aparelho eletrônico, que são programados a bateria e o baixo que completam o som do duo de rock eletrônico UltraMegaMaster. Nascida numa conversa de bar entre seus dois integrantes, Maurício Costa (guitarra e vocal) e Arthur Sousa (sintetizador e vocal), o duo é exemplo de como a cena alternativa de Teresina tem sido invadida por outros gêneros e novas formas de fazer e apresentar música. "O que ocorre é uma maturação do cenário", explica Maurício Costa.

O baixista da banda “Wake up, killer!” - ou simplesmente “Wuk!” -, Caio Bruno, acrescenta: "É natural que quando um cenário se torna mais complexo, ele se ramifica e outros estilos passam a ser explorados". A banda “Wuk!” - formada por Alan Douglas (bateria), Caio (baixo), Guilherme Cerqueira (guitarra), Yuri Cavalcante (guitarra) e o VJ Má Companhia - toca música instrumental, com um som mais introspectivo e denso.

No seio da formação dessas bandas, há uma colaboração entre os músicos da cidade que, vez ou outra, unem-se em diversos projetos. “Tem aquilo de muitas vezes, numa conversa, perceber influências em comum, e pensar ‘cara, vamos tocar isso!’”, explica Maurício. Caio Bruno, porém, diz que é também por “uma falta de mão de obra, especialmente de baterista e tecladista”. Um problema que não atinge a UltraMegaMaster: “O PSP resolveu esse problema pra gente”, Maurício ri.

O diferencial dessas duas bandas não se limita, porém, a questões de estilo musical. Ambas investem numa ideia de espetáculo que procure prender a atenção do público. "Não é uma simples execução de músicas. Cada banda tem a responsabilidade de fazer o show ser uma experiência única para quem vai assisti-lo", afirma Maurício. Alan Douglas concorda: "Nos nossos shows, usamos projeções. Até porque, como tocamos música instrumental, se não tiver nada para chamar a atenção, a pessoa fica com sono e acha chato". Guilherme Cerqueira sintetiza de uma maneira curta e rápida: "É uma forma de completar o espetáculo".

Outro aspecto trabalhado por essas bandas é a divulgação. Utilizando-se especialmente da internet, os grupos procuram disponibilizar material de qualidade e de fácil acesso ao público, através de sites como Youtube, Soundcloud e Myspace. “Mas não é colocar qualquer material no ar, tem que ser um material de qualidade. Várias bandas aqui não tem gravação boa para apresentar ao público”, afirma Guilherme. Para Maurício, a divulgação deu certo: “Qual não foi a minha surpresa quando no primeiro show da UltraMegaMaster já tinha gente cantando junto? Tudo por conta de poucas semanas de divulgação na internet?”. Detalhe: as letras das músicas da UltraMegaMaster são em inglês.

A UltraMegaMaster e “Wake up, killer!” não são projetos isolados. Maurício cita outros: “O disco do Hugo Trincado está sendo produzido, vai ter o festival The Rockers só com bandas autorais de estilos diferentes, tem uma galera mais nova, como a Mr. Potatohead que é também um duo que usa programação, e outros. Tenho esperança nesse novo ciclo de bandas de Teresina quando eu vejo o pessoal batalhando”.

 

Terra Querida

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