Em alguns lugares ele é chamado de lamparina, em outros é conhecido por candeeiro. O objeto artesanal era produto essencial nas casas do interior nordestino, onde a energia elétrica parecia ser uma realidade distante até o início dos anos 2000.
Com o avanço da eletrificação nas localidades rurais do Nordeste, o uso do candeeiro foi diminuindo. Com o novo modelo de iluminação, os rurícolas tem deixado cada vez mais o tradicional “companheiro” para escanteio. Mas apesar da diminuição, o produto continua a ser vendido.
No Mercado Central de Teresina, conhecido como Mercado Velho, é comum a presença do objeto a disposição dos compradores. Dona Maria Jovaneide vende o produto há 33 anos em sua banca. Ela conta que as vendas diminuíram, mas que as pessoas nunca deixaram de procurar.
Atualmente ela vende uma média de 10 candeeiros por dia. Esse número era bem maior há cerca de 20 anos. A procura diminuiu, mas o preço aumentou. Hoje dona Maria Jovaneide vende o produto por R$ 5,00 a unidade. Há vinte anos o valor unitário era apenas R$ 0,50.
José de Jesus ajuda o sogro nas vendas. Ele acredita que a lamparina sempre vai ser procurada. (Foto: Gustavo Almeida/Liberdade News)
José de Jesus também vende o produto. Segundo ele, hoje em dia algumas pessoas compram apenas para decorar a casa ou enfeitar festas. Ele também costuma vender uma média de 10 lamparinas por dia e acredita que o objeto nunca deixará de ser vendido.
“Eu acho que essa tradição nunca vai acabar”, relata ele. José acrescenta que mesmo com a chegada da energia alguns interioranos mantém o costume de usar o candeeiro. Prova disso, de acordo com ele, é que há alguns dias um comprador maranhense levou 6000 unidades do produto para revender no estado vizinho.
Atualmente cerca de 19 mil famílias ainda vivem sem energia elétrica no Piauí. De acordo com o gerente do programa Luz para Todos no estado, Erivaldo Oliveira, serão necessários recursos adicionais, da ordem de R$ 240 milhões, para concluir essas ligações.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.