A um mês e meio do primeiro turno das eleições municipais, o horário eleitoral gratuito começa nesta terça-feira no rádio e na TV e dá a largada “para valer” na disputa com potencial para definir a corrida por uma vaga de prefeito ou vereador. É a partir da propaganda no rádio e na TV que os candidatos ficam conhecidos e provocam reações no eleitorado. Para especialistas, esse momento é “divisor de águas” das campanhas.
A propaganda vai ao ar todos os dias, menos no domingo. De acordo com a lei eleitoral, os candidatos a prefeito e vice-prefeito farão suas propagandas das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30 na rádio e das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h na televisão às segundas, quartas e sextas-feiras. Os candidatos a vereador terão o mesmo tempo, porém, às terças, quintas e sábados.
Partidos e coligações também terão direito a inserções durante a programação diária dos veículos, sem horário fixo. Especialistas em marketing político veem esses “comerciais” são mais eficazes do que os blocos de 30 minutos. "A propaganda eficiente é a utilizada no mundo dos produtos. Senão, os grandes anunciantes comprariam blocos de dez, quinze minutos", aponta Antônio Lavareda, presidente da empresa de consultoria política MCI.
"A televisão é o principal fator da eleição. Já era no passado e vai continuar sendo. É o único veículo que nos permite atingir os indecisos e os eleitores com menor consolidação das respectivas intenções de voto", afirma Lavareda.
De acordo com ele, os reflexos da propaganda de TV podem ser vistos nas curvas das pesquisas de intenção de voto em um curto espaço de tempo. "No dia 30 de agosto, já vai ficar bastante perceptível o rumo das eleições nas capitais em função desses nove dias de propaganda na TV", avalia. Entre as campanhas, a expectativa é que o impacto seja observado em 15 dias.
Um exemplo recente da influência da televisão nas eleições municipais se deu na campanha de 2008, em São Paulo. Na pesquisa Ibope divulgada no início de julho, o então candidato Gilberto Kassab (PSD) aparecia com 11% das intenções de voto, enquanto Marta Suplicy (PT) liderava com 35% e Geraldo Alckmin (PSDB) tinha 32%.
A partir do dia 19 de agosto daquele ano, quando foi veiculada a primeira propaganda eleitoral gratuita pelo rádio e pela TV, Kassab cresceu exponencialmente, enquanto o tucano caiu na preferência do eleitorado. Em outubro, Kassab tinha 27% das intenções de voto, contra 35% de Marta Suplicy (PT), e 17% de Alckmin. Kassab ainda chegou à frente da petista no primeiro turno com 33%, contra 32% de Marta, e confirmou sua vitória no segundo turno.
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