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03/09/2012 - 09h18

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03/09/2012 - 09h18

PII e Praça Saraiva são a história viva das praças de Teresina

Em Teresina, duas praças se destacam: a Pedro II e a Conselheiro Saraiva. Não há teresinense que desconheça esses dois espaços privilegiados.

 Terra Querida

 

As praças são centros de convivência, espaços criados com um ambiente agradável para que pessoas possam se encontrar, bater um papo, namorar, brincar, enfim, dividir histórias e experiências. Em Teresina, duas praças se destacam: a Pedro II e a Conselheiro Saraiva. Não há teresinense que desconheça esses dois espaços privilegiados da cidade.

Situada em terreno onde foi erguida a Casa Grande da Fazenda Chapada do Corisco (da época de fundação da nova capital), a Praça Saraiva resguarda a história de Teresina por sua localização geográfica e pela figura que seu nome homenageia: Conselheiro Saraiva, o fundador da nova capital.

A Pedro II também possui um nome pomposo, homenagem ao Imperador D. Pedro II, mas já foi chamada Aquidabã, Independência e João Pessoa. Tamanha a intimidade dos teresinenses com o local, aquela que é considerada por muitos como a mais charmosa praça de Teresina, recebe carinhosamente o apelido de P2. Ao seu redor, estão alguns dos principais marcos arquitetônicos da cidade: Theatro 4 de Setembro, Cine Rex, Clube dos Diários, Central de Artesanato Mestre Dezinho.

A Praça Saraiva também não fica atrás quando o assunto é riqueza arquitetônica. Sendo um dos primeiros aparelhos urbanos da cidade, a praça serviu como referência para a construção de importantes edificações, como a Catedral de Nossa Senhora das Dores, a Casa do Barão de Gurguéia (atual Casa da Cultura de Teresina) e o Colégio São Francisco de Sales, o Diocesano. Também foi, durante os primeiros anos de Teresina, ponto de parada dos ônibus intermunicipais e interestaduais, servindo como palco de encontros e despedidas na capital.

Cada uma possui características específicas que cativam quem passa por elas. Na Praça Saraiva, além da riqueza histórica, encontra-se um ambiente que proporciona beleza e calma para quem por lá passa. Clemilton Lopes é um dos que costuma frequentar o local. “É importante um lugar como esse para a gente desestressar, bater um papo. É bem agradável”, diz ele. Por ter localização bem centralizada, a praça é, também, ponto de descanso para quem está resolvendo suas pendências nas imediações. “Aqui fica perto de onde eu preciso resolvo meus assuntos, e eu aproveito para descansar”, conta Jorge Maurício.

O lugar é apreciado por conta da sombra e do clima ameno, resultado da intensa arborização. Algumas destas árvores são centenárias, e acompanharam a história de desenvolvimento de Teresina. No centro da Praça, uma estátua em tamanho natural do Conselheiro Saraiva foi erguida durante as comemorações ao primeiro centenário de Teresina.

Se a Praça Pedro II não apresenta uma arborização tão destacada quanto sua vizinha Saraiva, ela se destaca por outra característica: sua faceta cultural. É palco de shows e festivais de música, eventos literários, salões de humor, clube de choro, peças teatrais, exposições de moviemakers, saraus. Talvez por isso mesmo ela tenha atraído, durante décadas, especialmente entre as de 1940 e 1960, vários jovens e casais, que faziam dela o principal ponto de encontro da cidade.

Naquela época, amizades, namoros, casamentos e separações se iniciavam com passeios na P2. A paquera, naquele tempo, era muito diferente. Os rapazes se concentravam, em pé, com os braços cruzados de um lado; do outro, ficavam as moças, que, vez ou outra, passavam em frente aos pretendentes, até que um criasse coragem para se aproximar. Quando “rolava a química”, os casais subiam para a parte superior da praça.

Quem se lembra desta época é dona Maria Nunes. Durante a infância, ela chegou a conhecer um pouco do movimento da praça. “Eu tinha uns cinco anos quando cheguei em Teresina, e aqui era lindo. De noite ficava lotado”, conta ela. O costume diminuiu consideravelmente com o passar dos anos, o que provoca nostalgia em alguns. Seu Abreu, fotógrafo, defende que “as pessoas deveriam frequentar mais as praças. É um bom lugar pros casais namorarem, as crianças brincarem. A gente pode meditar um pouco. É muito importante para a cidade”, conclui.

Terra Querida

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