O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região (TRT Piauí), Francisco Meton Marques de Lima, propôs, nesta quinta-feira (22), um acordo entre o Sindicato dos Rodoviários (Sintetro) e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Teresina (Setut), a fim de evitar a greve marcada para começar às 00h desta sexta-feira (23). A intervenção, no entanto, não obteve êxito e a paralização vai mesmo acontecer, prejudicando cerca de 300 mil usuários de transporte público.
A proposta do TRT consistiu em um reajuste imediato de 7,5% e a mudança da data-base da classe para o mês de janeiro de 2014, quando haveria um novo reajuste de 100% do IPCA mais 2% de ganho real. Os trabalhadores do setor reivindicam reajuste de 10%
De acordo com o presidente do Setut, Herbet Miúra, não há como as empresas oferecerem um aumento maior que 6% proposto antes da licitação dos transportes públicos, que está em andamento na Prefeitura de Teresina. "Já estamos há três anos com a tarifa da passagem congelada. Ao longo desse tempo o preço dos insumos do transporte aumentou. Estamos com pneu mais caro, peças, combustível e o trânsito vem piorando. Há vários fatores que impedem um aumento neste momento", argumentou.
Através do procurador regional Luzardo Soares, o Ministério Público do Trabalho do Piauí requereu ao Tribunal Regional do Trabalho que determinasse ao Sindicato dos Rodoviários a manutenção da prestação dos serviços de transporte coletivo, dando-lhe continuidade, com pelo menos 50% da frota circulando durante a greve, de forma linear, independente de horários de pico. A multa para o descumprimento seria de R$ 100 mil por dia.
Em decisão monocrática, o desembargador Francisco Meton Marques considerou exagerado o valor de R$ 100 mil e fixou multa de R$ 10 mil por dia para o Sindicato dos Rodoviários caso o acordo seja descumprido.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Francisco das Chagas, afirmou que a judicialização das negociações não são boas para os trabalhadores. "Estamos tentando negociar desde março e não chegamos a um acordo com os empresários. Se a justiça decidir, sabemos que ela só pode aplicar o índice da inflação. Não queremos isso", disse Chagas.
A categoria vai analisar duas propostas na manhã desta sexta-feora: uma do Meton, de 7,5% até 1º de maio/2014, com antecipação da data base para janeiro de 2015, oportunidade em que os trabalhadores sentariam com os empresários e discutiriam novo aumento real, além da inflação daqui até dezembro; a outra, do MPT, de 8%, mantendo-se a data-base.
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