Atendendo a uma reivindicação do movimento de defesa LGBT, o secretário estadual da Segurança, Luis Carlos Martins Alves, determinou que o Sistema de Boletim de Ocorrência (SisBO) da Secretaria incorpore a identidade de gêneros, rotina que já está sendo operacionalizada.
De acordo com a delegada Eugênia Vila, coordenadora do Grupo de Trabalho LGBT da Secretaria da Segurança, a implantação da identidade de gêneros, assim como a contemplação do nome social da vítima do segmento LGBT nos Boletins de Ocorrência é um ganho tanto quantitativa, quanto qualitativamente para a polícia. "É uma política bastante avançada. A ideia é que esses dados venham auxiliar a polícia na propositura de polícias públicas dirigidas ao segmento GLBT, permitindo um mapeamento da violência de forma categórica", destaca.
Segundo a delegada, agora será possível ter mais precisão em determinar os casos de violência a pessoas LGBT, bem como a determinação de um perfil das vítimas e dos agressores. "Essa medida é mais uma ação do projeto Luzes da Diversidade e é, sem dúvida, um passo importante para conhecer a realidade criminógena, fornecendo indicadores aptos a promover intervenções preventivas no segmento LGBT", diz Eugênia.
A delegada também ressalta que a medida já foi adotada em alguns estados, como Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Goiás, fazendo com que essas ocorrências de homofobia e transfobia cheguem ao Judiciário, sendo mais fácil incluí-las nas estatísticas oficiais.
De acordo com o Grupo Gay da Bahia, a região Nordeste é confirmada como a região mais perigosa para um LGBT viver. Pela homofobia e transfobia extrema, muitos nordestinos migram para a região Sudeste do país em busca de oportunidades de trabalho e moradia dignas de um trabalhador.
A delegada Eugênia Villa afirma ainda que haverá qualificação dos policiais na questão de gênero para correta inserção dos dados no Sistema de Boletim de Ocorrência e análise criminal.
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