O Comitê Gestor das Bacias Hidrográficas dos Rios Canidé-Piauí, composto por representantes do poder público, da sociedade civil e dos usuários de água, realizou, na terça-feira (18), uma reunião pública anual de alocação da água do Açude Bocaina e Vale do Rio Guaribas. A decisão mais importante do encontro se referiu à vazão de água da barragem, que será mantida em 150 litros/segundo. A reunião foi realizada no auditório do Sebrae da cidade de Picos.
“O comitê decidiu que a quantidade da água liberada permanecerá em 150 litros/segundo, devido ao baixo volume da barragem e, de forma emergencial, será realizada a desobstrução dos trechos que impedem a passagem de água no Rio Guaribas, As prefeituras de Picos, Sussuapara e Bocaina, em parceria com a Semar, farão este trabalho”, informou o superintendente de Recursos Hídricos da Semar, Romildo Mafra.
À medida que os trechos forem desobstruídos, a Agência Nacional de Água (ANA) irá definir se a vazão de 150 litros/segundo será mantida ou reduzida.
De acordo com o comitê, não terá nenhum efeito, neste momento, aumentar a quantidade de água da barragem, tendo em vista que diversos barramentos impedem a passagem de água pelo rio. “Em consenso, os membros do comitê decidiram que nada será modificado até que a ANA verifique se, de fato, há necessidade de aumento ou mesmo diminuição da vazão”, disse Wesley Gabrieli, coordenador de Marcos Regulatórios e Alocação de Água da Agência Nacional de Águas.
Segundo o coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) no Piauí, Djalma Policarpo, é preciso que os órgãos nacionais e regionais trabalhem em conjunto com quem utiliza a água das barragens para que se possa ter segurança hídrica na região. Por isso, foram criadas as comissões das barragens. “A água é de todos e a responsabilidade por sua gestão também deve ser compartilhada. Tanto o Dnocs, quanto a Semar e a ANA têm todo o interesse em encontrar meios de amenizar os problemas advindos da escassez de água”, disse Djalma.
A reunião contou com a participação de diversos representantes do poder executivo municipal das cidades que integram a bacia dos rios, além de entidades da sociedade civil e usuários de água, como líderes comunitários, presidentes de associação de pescadores, sindicatos de trabalhadores rurais e irrigantes.
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