Na reta final para definir o reajuste salarial dos servidores federais, o governo adiou o encontro em que deveria, ontem, apresentar uma contraproposta às lideranças sindicais. O anexo V da lei orçamentária para 2016, que define as despesas com pessoal, deve ser fechado até 31 de agosto.
Os trabalhadores temem uma reedição da “armadilha de 2012″, quando as negociações foram empurradas com a barriga e, ao fim, foi imposto ao funcionalismo um índice linear de 15,8%, em três parcelas.
Na análise de Rudinei Marques, presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical), há três interpretações possíveis para a conduta do governo: o Planejamento reapresentará a proposta inicial de reajuste de 21,3% em quatro vezes (5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018, e 4,5% em 2019); manterá os prazos, com incremento de até 1% em cada parcela; ou reduzirá o período para dois anos, com percentuais próximos aos iniciais. “Nenhuma das opções nos agrada”, disse.
Para Daro Piffer, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (BC), a estratégia do governo, de criar uma situação de “pegar ou largar”, é perigosa. “A princípio, a sensação é de vitória. Depois, o custo político é alto. O desânimo dos servidores se transforma em revolta”, alertou. O Planejamento informou que a junta orçamentária se reuniu no fim de semana. “O governo está se movimentando, mas ainda não há uma decisão”, disse um porta-voz.
Várias categorias de servidores federais estão em greve, tais como: universidades federais, INSS, servidores do judiciário, escolas técnicas federais e outros.
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