O Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren/PI) em parceria com demais conselhos da área de saúde realiza neste sábado (14) a III Marcha pela Humanização do Parto. A ação tem como objetivo informar e sensibilizar a população piauiense, em especial as mulheres, quanto à importância e o direito ao parto normal humanizado. A Marcha acontecerá às 16 horas, com concentração na Ponte Estaiada. O percurso encerrará no parque Potycabana.
Também são focos da Marcha deste ano a importância da gestante ser acompanhada por uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros obstetras, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais e doulas, além do cumprimento da Lei nº 11108, de 2005, conhecida como a Lei do Acompanhante. O evento pretende reunir todos os profissionais que atuam no acompanhamento das mulheres gestantes e familiares para um momento de orientação e troca de experiências.
É cada vez mais necessária a disseminação do empoderamento da mulher e do parto humanizado. Diariamente, mulheres têm seus direitos desrespeitados no momento mais importante de suas vidas, a violência obstétrica é real e, de acordo com a Fundação Perseu Abramo, uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de violência durante o parto.
"A violência obstétrica vai de uma simples ordem do profissional da saúde responsável pelo parto, como o impedimento da gestante gritar no trabalho de parto, até a episiotomia, o corte indiscriminado do períneo (região muscular entre o ânus e a vagina) para facilitar a saída do bebê. Estima-se que 80% das episiotomias realizadas são desnecessárias e acabam se tornando uma forma de mutilação irresponsável da mulher", declarou Tatiana Maria Melo Guimarães, conselheira do Coren - PI.
A Lei do Acompanhante é uma medida eficaz que ajuda na diminuição da violência contra a parturiente. “É obrigado por lei que os hospitais, maternidades e assemelhados permitam a presença de um acompanhante indicado pela gestante para acompanhá-la durante o trabalho de parto, o parto e pós-parto (período por até 10 dias). Algumas maternidades particulares cobram por este ‘serviço’ e os hospitais públicos negligenciam esse direito”, afirmou a enfermeira obstetra. O acompanhante é importante para manter a segurança psicológica e física da mulher, sua presença evita até mesmo que a parturiente sofra tais violências mencionadas acima.
Durante a III Marcha pelo Parto Humanizado, será feito o recolhimento de assinaturas para requerer das instituições de saúde do Estado e da Prefeitura de Teresina o cumprimento da norma. Ao longo dos meses de setembro e outubro foram realizadas reuniões de mobilização e organização do evento com presença de representantes da Secretaria de Saúde do Estado, Sindicato dos Enfermeiros Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi), Associação Brasileira de Obstetria e Enfermeiros Obstetras (Abenfo), Conselho Regional de Fisioterapia, Conselho Regional de Psicologia, representantes das maternidades particulares, assistentes sociais e enfermeiros obstetras.
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