O presidente do Sintsprevs-PI - Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência Social no Piauí, Antônio Machado, conclamou aos trabalhadores, aposentados e pensionistas do país a abraçarem a luta contra a reforma da previdência que o governo Temer já enviou ao Congresso Nacional. "Somos radicalmente contra a proposta da reforma da previdência e também da proposta de emenda constitucional 55, que congela investimentos públicos na área social por vinte anos", ressalta.
Machado afirma que colocar a idade mínima para 65 anos é não querer aposentar o pobre que começa a trabalhar muito cedo, é diminuir a vida daqueles que já tem uma vida muito complicada. Acrescenta que "aumentar para 25 anos a contribuição mínima em detrimento dos 15 anos que ora está valendo também é outro crime, pois tem gente que tem 60 anos e ainda não conseguiu pagar sequer dez anos de contribuição para previdência por pura falta de condições mesmo. Então repito, a proposta tá tirando de 15 anos e botando para 25 anos anos, o que é um crime".
Outro questão está relacionada aos benefícios, cuja proposta do governo altera de quatro meses para doze meses a recuperação da qualidade de segurado. "Isto é mais uma atrocidade, você vai esperar um ano para recuperar a qualidade de segurado para ter algum benefício da previdência. Hoje esse tempo é de quatro meses, aliás devido as dificuldades, hoje impostas pelo governo isso já tá praticamente modificado".
A aposentadoria via Loas também terá um abalo muito grande, pois o governo está cada vez mais dificultando o ingresso dos deficientes e de indigentes no sistema de aposentadoria. Hoje para ter direito via Loas, precisa-se estar com 65 anos e o governo quer agora passar para 70 anos, ou seja, vai aumentar mais cinco anos. "Em muitos casos, ou na maioria deles quem tem hoje direito a esse benefício aos 65 anos só consegue receber dois três a três anos e morre, imagine se passar de 65 para 70 anos? é uma coisa absurda".
Antônio Machado chama ainda atenção para o caso do trabalhador rural e para a trabalhadora rural que terão mais dificuldades para se aposentarem. "Tem trabalhador rural que não pode pagar uma enxada, não pode comprar um machado, não pode comprar uma foice, nem sementes para plantar, que dirá pagar a previdência. Sem falar que ele também terá o tempo para se aposentar esticado, que subirá para o homem de 60 para 65 anos e a mulher de 55 para 65. No caso da mulher que tem tripla jornada, vai passar para 65 anos sendo também prejudicada. Um trabalhador rural é diferente de um magistrado, pois ele trabalha exposto ao sol, exposto a chuva, exposto a tudo quanto é mazela. Então, a saúde desse homem não permitirá que ele viva para ter a chance de se aposentar".
"O Sintsprevs-pi é contra essa reforma e vamos lutar para que a gente possa tá conscientizando os trabalhadores", afirma o dirigente sindical, alertando que, inclusive, "muitos trabalhadores do serviço público acham que não tão inseridos na reforma da previdência do governo, o que não é verdade, pois terão o tempo de aposentadoria e de constribuição esticados e o pior, terão desconto maior em seus salários para a previdência".
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