A docente Laiana Sepúlveda, do curso de Fisioterapia da Uespi, é a responsável por uma pesquisa que pode auxiliar a vida de idosos em todo o estado. A professora é a coordenadora de um estudo que envolve também professores dos cursos de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação, além de mais docentes de Fisioterapia. Estudo esse que visa criar um dispositivo para medir questões como o equilíbrio corporal e, assim, prevenir quedas ou garantir uma rápida intervenção quando elas acontecerem.
“A ideia inicial foi juntar trabalhos que relacionassem saúde e tecnologia. Fizemos reuniões com professores da Computação e Engenharia, que já tinham ideia de fazer algum dispositivo nesse sentido, para verificar onde o idoso se encontrava, se ele tinha risco de cair, para que familiares, a distância, conseguissem saber de uma queda, socorrer precocemente, e conseguissem também verificar situações de risco, como a iminência de cair. E nós juntamos essas ideias”, explica Laiana Sepúlveda.
O dispositivo será de uso fácil e não invasivo, e será importante tanto para os familiares dos idosos como para os profissionais de saúde, que poderão avaliar se aquele idoso tem risco de queda, e já entrar com intervenção precoce, pois às vezes o paciente não aparenta, mas com o dispositivo as alterações no equilíbrio podem ser detectadas. Daí esses profissionais poderão recomendar atividade física, fisioterapia, e com o dispositivo poderão fazer um monitoramento, verificar se os parâmetros melhoraram.
“O dispositivo vai avaliar a oscilação do corpo, a distância em relação ao chão, se o padrão de oscilação quando o idoso anda está dentro da normalidade. Estamos terminando de observar todos esses parâmetros num idoso sem alteração de equilíbrio e depois iremos comparar com idoso com alteração, para termos um padrão de normalidade”, esclarece Laiana. “Às vezes, o idoso chega ao consultório e passa por vários testes extensos e um pouco subjetivos, difíceis de conseguir monitorar, ou comparar após três meses, com esse equipamento você consegue em números verificar essa alteração ou melhora”, acrescenta a responsável pela pesquisa.
Consequências das quedas
As quedas são perigosas para os idosos, pois podem causar fraturas graves, e dependendo da queda, a pessoa pode bater a cabeça, ter hematomas, compressão cerebral, e isso pode levar o idoso ao óbito. “Muita gente não percebe que quando o idoso cai, ele pode ficar desorientado e se houver um edema, ele pode ir aumentando”, esclarece a professora.
“As pessoas mais velhas são mais frágeis, e quando a fratura exige cirurgia, não é como se fosse com um adulto jovem, pois vêm outras consequências: um pequeno tempo em que a pessoa fica no leito pode gerar uma trombose, trombolismo pulmonar, pneumonia, e há um risco maior de óbito pós-cirúrgico”, acrescenta Laiana Sepúlveda.
Ainda segundo a docente, a mobilidade também fica comprometida com o tempo parado. “Quanto mais tempo parados por essa fratura, podem ter maior atrofia, perda de massa muscular e óssea, gera um problema que gera outro”, diz Laiana.
A pesquisa da professora já foi aprovada no Comitê de Ética da Uespi, e o dispositivo no momento está sendo testado nos próprios pesquisadores. A previsão é que em julho comecem os testes com idosos, comparando sedentários, ativos, para também ver a influência da atividade física no equilíbrio corporal.
A ideia dos pesquisadores é que no próximo ano a pesquisa esteja finalizada e o dispositivo já esteja disponível para apresentar para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Piauí (Fapepi), financiadora dos estudos.
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