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08/06/2017 - 09h12

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08/06/2017 - 09h12

Temer e Marcela fizeram turismo na Bahia com verba pública

Michel Temer viajou com a mulher, Marcela, amigos e familiares para Porto Seguro, em janeiro de 2008, período de recesso parlamentar. Segundo registros da Varig, aos quais o Congresso em Foco teve acesso, os voos foram custeados com a cota parlamentar a que Temer tinha direito para voar entre São Paulo e Brasília. No dia 29 de janeiro daquele ano, o grupo partiu do aeroporto de Congonhas com destino a Ribeirão Preto e, de lá, para Porto Seguro. Viajaram o casal, o irmão dele Adib Temer, Wally Temer, cujo parentesco a reportagem não identificou, e Fernanda Tedeschi, irmã de Marcela.

 

Na época, Temer admitiu ter usado os bilhetes para os parentes, mas alegou que não havia impedimento pelas regras da Casa. Esse, porém, nunca foi o entendimento do Ministério Público. Tanto que os parlamentares foram obrigados a mudar o ator normativo que tratava do assunto para deixar claro que era proibida a cessão de bilhetes custeados pela Câmara e pelo Congresso a parentes e amigos. Centenas de deputados e senadores utilizavam como bem entendiam, cedendo para amigos e familiares, créditos da generosa cota pública, para fazer turismo. Nova York, Paris, Miami e Londres eram alguns dos destinos preferidos.

 

A mudança nas regras foi conduzida a contragosto pelo próprio Temer, após a repercussão da série de reportagens do Congresso em Foco sobre a farra das passagens. Inicialmente, a cúpula da Câmara resistia à mudança e chegou a propor a legalização do uso da cota pelos cônjuges dos parlamentares. Mas tiveram de recuar. Estima-se que os gastos indevidos passavam dos R$ 25 milhões – em valores da época – com o uso da verba da Câmara por ano.

 

Avião e flores

 

Ontem Temer deu duas versões sobre o uso do Learjet PR-JBS, de Joesley Batista, em 2011, em viagem com Marcela para Comandatuba, no litoral baiano. A viagem aparece nos registros de voo apresentados pelo empresário. Inicialmente, o presidente negou ter voado em avião particular, contou que ele e a mulher haviam voado até lá com a Força Aérea Brasileira (FAB). Mais tarde, divulgou outra nota, admitindo a viagem no Learjet, mas disse que não sabia que a aeronave pertencia a Joesley.

 

A nova resposta dele se choca, porém, com outro detalhe apresentado pelo delator da Lava Jato. Joesley disse que mandou flores para enfeitar a aeronave. Mas que, ao perceber que Temer havia ficado enciumado, o piloto atribuiu o presente à mãe do empresário. O empresário relatou que o então vice-presidente lhe telefonou para questionar sobre as flores e pedir o telefone de sua mãe para agradecê-la pela gentileza.

 

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Fonte: Congresso em Foco 

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