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29/10/2012 - 14h35

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29/10/2012 - 14h35

Caetano Veloso ganha homenagem no Grammy Latino

Cantor e compositor conta ainda já ter concluído seu 45º álbum, com 11 canções.

 O Globo

 

Caetano Veloso estava em Los Angeles quando foi acordado por gente que anunciava e garantia que o mundo ia se acabar. E não era por estar na cidade que consagrou Carmen Miranda cantando sambas como os de Assis Valente, mas sim porque estava nos Estados Unidos no dia 11 de setembro de 2001.

— Tínhamos nos hospedado em um hotel em que os quartos eram uma espécie de chalé. Isolados uns dos outros. Tranquilos. Acordamos assustados, com Conceição Lopes (produtora executiva dos shows) batendo à porta dizendo que o mundo iria acabar, porque começaria uma nova guerra mundial — lembrou o cantor e compositor.

Caetano estava em Los Angeles para o que seria sua primeira apresentação no Grammy Latino, o maior prêmio da indústria fonográfica das Américas.

— Eu me preparei para fazer uma bela participação em 2001. Fui para Los Angeles de Nova York em 10 de setembro. Ensaiei. No dia 11, faríamos a apresentação. Ensaiei, com a banda do show “Noites do Norte”, a canção “13 de Maio”. Lindíssima. Estava orgulhosíssimo. Era uma apresentação muito bonita. No ensaio, o pessoal que estava trabalhando na montagem daquele negócio gigantesco parou e aplaudiu. A música era muito bonita, com um ritmo de timbalada sobre a abolição da escravatura no Brasil. Mas aí meteram aqueles aviões no World Trade Center e não houve apresentação.

Escolhido a personalidade de 2012 pela Academia Latina de Gravação, será homenageado em noite especial do Grammy Latino em 14 de novembro, desta vez em Las Vegas. No jantar de gala para cerca de 1.500 pessoas na MGM Grand Garden Arena, convidados interpretarão dez canções de Caetano ou que tenham marcado seu repertório.

Seu Jorge, Ivete Sangalo, Maria Gadú e Alexandre Pires são os brasileiros escolhidos para cantar com nomes internacionais como Nelly Furtado, Natalie Cole, Lila Downs, Juanes, Juan Luis Guerra, Tania Libertad, Natalia LaFourcade, Mala Rodriguez e Enrique Bunbury.

A noite de gala em homenagem a Caetano é um evento fechado, em que convites serão vendidos a patrocinadores. A renda revertida irá para a Fundação Viva Cazuza, a pedido do artista. Caetano é o segundo brasileiro a ser escolhido personalidade do ano pelo Grammy Latino. O primeiro foi Gilberto Gil, em 2003. No dia 15 de novembro, acontece a entrega do prêmio, no Mandalay Bay Events Center, também em Las Vegas, esta sim uma festa com transmissão pela TV, para audiência estimada em 80 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo 11 milhões nos EUA, por meio do canal latino Univisión. Para o Brasil, a transmissão será pelo canal fechado TNT.

— No Grammy, vou cantar uma canção para agradecer. Estamos escolhendo, talvez escolham para mim —afirmou.

Em conversa com jornalistas em um hotel, no Leblon, na noite de sexta-feira, Caetano contou ainda ter concluído a gravação de seu 45º álbum, que terá 11 canções e será batizado como “Abraçaço”.

— Adoro a palavra. Terminou aparecendo na letra de uma das canções. Acho bonito esse aumentativo em aço. Que tem em espanhol também, como em “golazo”. No caso de abraço, esse aumentativo em aço dá um eco, parece que a pessoa errou na digitação. É bonito também de ver. É um abração. Como é bonita a palavra, parece um abraço que abrange mais, como círculos concêntricos, como uma onda que expande. Um abraço grande que se expande.


O Globo

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