Rogério Holanda, do Liberdade News
A sindicalista Maria Gomes concedeu entrevista na manhã desta quinta-feira (19) à rádio Nova Onda FM e fez críticas ao processo eleitoral que escolheu, através do voto direto, a nova composição do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itaueira (STRI). O pleito foi realizado no último sábado (14) e elegeu Edilene Alves como nova presidente da entidade com 60,86% dos votos contra 37,90% dos votos obtidos por Maria Gomes.
Atraso
De acordo com Maria Gomes, o STRI realizou a eleição com atraso por suposta perca de prazo da entidade. “Essa demora para realizar as eleições foi por falta de organização do sindicato. Essa foi a 1ª vez na história daquela casa que aconteceu uma situação dessas, de não realizar a eleição no tempo certo”, afirmou Gomes.
Compra de votos
Durante entrevista ao radialista Antonio Moraes, Maria Gomes levantou suspeitas de que houve fraude no processo de escolha da nova presidência do STRI. “Visitamos todas as casas, pelas promessas de apoio que tínhamos, era para a gente ter sido eleita com mais de 500 votos. Pessoas que estavam inadimplentes com o sindicato há 4,5,8 anos, apareceu no dia da eleição votando”, disse a ex-candidata.
Maria Gomes acusa chapa vencedora de compra de votos durante eleição para escolha do novo presidente do STRI | ||
Maria Gomes acusa a chapa vencedora de ter cometido o crime de captação ilícita de sufrágio (compra de votos) durante o pleito eleitoral. “A eleição contou com a participação de pessoas que diziam, Maria Gomes eu não voto para você porque estou inadimplente, mas se você pagar para mim eu voto. Nossa campanha não se propôs a comprar votos, apenas pedir o voto daqueles que estavam em dias, aptos a votar. Alguma coisa aconteceu para fazer esse povo ir às urnas votar”, denunciou a sindicalista.
Sindicato dos Trabalhadores Rurais é acusado defender latifundiários
Segundo Maria Gomes, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itaueira tem sido omisso no processo de defesa dos interesses de seus associados. “O movimento sindical é para defender trabalhador rural, sem terra, mas no nosso município o que está acontecendo é pessoas do sindicato, isso eu digo por que estava na gestão, apoiando latifundiários, empresários”, disparou Gomes contra a entidade que ela já presidiu.
A eleição
Edilene Alves é eleita presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais | |
O STRI conta atualmente com 4.180 sócios, mas somente 1.196 estão adimplentes, portanto aptos a votar. Na eleição em questão, compareceram às urnas 976 associados. O resultado foi o seguinte: 594 associados votaram em Edilene Alves, 370 optaram por Maria Gomes, 07 votaram em branco e 5 votos foram considerados nulos pela comissão eleitoral.
O outro lado
Em entrevista ao liberdadenews.com, a presidente eleita Edilene Alves rebateu as acusações e negou ter comprado votos para se eleger. Ela justificou o atraso da eleição e afirmou que o STRI não defende latifundiários, está sempre ao lado do trabalhador rural.
Edilene Alves nega ter comprado votos | ||
“A eleição não aconteceu em dezembro como estava previsto por que foi convocada uma assembleia para o dia 03 de agosto de 2013 para eleger a comissão eleitoral. Como menos de 10% dos sócios adimplentes compareceu ao encontro, a assembleia não foi realizada, conforme determina nosso regimento”, justificou Edilene Alves.
Ela nega com veemência a acusação de compra de votos e garante que não pagou parcelas atrasadas de nenhum associado inadimplente. “Eu acredito que cada trabalhador rural tem condição de colocar seu sindicato em dias. A gente via os trabalhadores dizendo, eu quero colocar meu sindicato em dias, tenho até 10 dias antes das eleições para fazer isso, vou fazer o possível, vou vender galinha, porco. E os nossos trabalhadores rurais não são tão carentes que não possam pagar o sindicato. Infelizmente nem todos conseguiram pagar, de 4.180 sócios, apenas 1.196 estão em dias”, relatou.
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itaueira nega acusação de que defende interesses de latifundiários do município | ||
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Em relação à denúncia de que o sindicado defende os interesses de latifundiários em detrimento dos trabalhadores rurais, Edilene acredita que Maria Gomes se refere a um caso em que o STRI intermediou as negociações entre trabalhadores e um empresário que comprou uma grande área de terra no município.
“Tivemos a situação da Fazenda Uica e a companheira Marias Gomes foi uma das pessoas que participou da primeira reunião com as partes envolvidas. Ela participou como diretora e hoje ela tira o corpo de banda como pessoa. As decisões que foram tomadas lá com referência a área, aos próprios moradores, foram tomadas pelos trabalhadores, nós apenas orientamos eles para não tomarem decisões precipitadas”, esclareceu Edilene Alves.
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