Até este 22/11/2016, por volta das 22h, em 36,2 anos de vida, eu nunca havia sido vítima de assalto.
Infelizmente entro na estatística dos índices de violência, cada vez crescente, como vítima de assalto a mão armada.
Dois caras, morenos, franzinos, baixa estatura, cada um com uma arma, andando em uma moto com o farol apagado, abordaram a mim e ao Ricardo Morais.
Havíamos acabado de sair, juntos, da sede do portal OitoMeia, após finalizarmos a estrutura para estreia que será nesta quinta-feira (24/11). Tínhamos ido deixar nossa editora-chefe Sávia Barreto, no bairro Uruguai, zona leste da cidade.
Um deles deu uma coronhada na nuca do Ricardo e pediu que ficasse quieto. O outro entrou com a arma apontada na minha cabeça, arrancou o relógio do meu braço, me tomou o telefone celular e pediu minha carteira.
Antes de levar minha carteira fui surpreendido com uma forte mãozada no rosto. Como uso aparelho, feriu minha boca. Ele gritava o tempo inteiro: "Perdeu vagabundo. Perdeu, perdeu...". E levantou minha camisa pra saber se eu andava armado...
Fiquei quieto. No momento que ele me agrediu, pegou a chave do carro e saiu. Foi tudo muito rápido. Foram embora em uma moto Yamaha, cor preta. Não deu pra identificar a placa pq eles dobraram a placa, segundo percebeu o Ricardo.
O boletim de ocorrência (BO) foi registrado no 11º DP. Como o telefone que eles levaram era um iPhone, temos a esperança de encontrar o aparelho através do aplicativo 'Buscar'. Documentos, se alguém encontrar, por favor, me procure aqui pelo Facebook, que garanto até recompensa. Os cartões, já bloqueei todos.
Nem queria expor isso aqui pelo Facebook. Mas, instruído por um amigo policial, que também é advogado, ele disse que, acima de tudo, relatos como o meu servem de alerta. A sensação é de impotência, medo, susto... é um misto de sentimentos ruins que não saem da cabeça da gente...
O que me deixa triste, puto, sei lá, é que casos como o que acabou de acontecer comigo se repetirão amanhã, depois de amanhã, sexta, sábado, domingo... e você, um familiar seu, uma pessoa bem próxima a você pode ser a próxima vítima. Meu prejuízo foi pequeno diante do que um bandido como este poderia ter feito apontando uma arma pra mim.
Mais do que reclamar e do que ficar martelando na cabeça uma forma de dar um basta nisso tudo (não consigo ver a solução. Só piora), prefiro agradecer a Deus por ter chegado em casa, dado um beijo na minha esposa, um abraço apertado no meu filho e ter avisado aos mais próximos que estou bem.
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Allissson Paixão é jornalista, nas redes sociais.
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