Entre as dez maiores sensações da minha vida, três delas estão envoltas à questões sobre pessoas que me fizeram muito mal:
1 - Reencontrar o "rei do bullyng" no colégio (nos maltratava porque era muito maior, muito mais velho e mais forte) no prego em uma estrada e dar carona para ele. A cara do cara foi incrível ao saber que o ajudei mesmo ele tendo feito aquilo com tantas pessoas. Ele ficou envergonhado com tudo o que acontecera na infância e hoje até se envergonhava por não ter estudado. Demos toques para ele no sentido do quanto é emancipatório estudar e o quanto isso é importante, independente de idade;
2 - Ver um dos caras que mais nos prejudicou na adolescência (com perseguições e até ameaças físicas) e poder ajuda-lo a se livrar de um caso que poderia deixa-lo preso por quase duas décadas. Ele não acreditou. E no momento que estava no fundo do poço conseguimos jogar uma corda e puxa-lo;
3 - Estar sempre disponível para a pessoa que academicamente mais me prejudicou, inclusive no nosso momento acadêmico mais delicado, e sempre estar com braços abertos para essa pessoa. Essa sempre continuo mais que de braços abertos!
Virar a face é difícil, mas quando viramos e tentamos exercer o perdão é mais regozijante ainda. Pratiquemos! Garanto que é melhor do que viver a vingança e ficar pensando negatividades (ações que também pautaram minha vida por um tempo - e hoje quero distância).
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Orlando Berti é jornalista e professor da Uespi - nas redes sociais.
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