Daqui a uma semana, finalizo a trajetória que iniciei em 2013 em busca do "sonho" de me tornar jornalista. Muito cedo me impuseram a difícil pergunta: o que quer ser? Encontrava no jornalismo uma confluência de três coisas que considerava fundamentais: um serviço de relevância para a sociedade em prol dos menos favorecidos, a possibilidade de acompanhar de perto os fatos e a ausência de rotina. 

Quase quatro anos depois de teoria e prática, vejo que o sistema é bem mais complexo. Quebrei a cara. O jornalismo não é um conto de fadas. É vida em real, onde quem tem dinheiro é intocável e quem não tem pode virar manchete policial. Me encantei. Existem muitas histórias bonitas para serem contadas. Uma simples matéria pode fazer uma baita diferença. A gente pode ajudar a ensinar e a esclarecer.

Vendo hoje a vida sem tantos maniqueísmos, posso dizer que valeu muito a pena ter trilhado por aqui. Porque a comunicação tem um papel essencial, embora ocorram casos em que isso é deturpado - quando busca manipular e é confundível com propaganda.

Hoje não caio na ilusão de que é possível salvar o mundo. Mas penso que, em um processo de reposicionamento do jornalismo, caso se coloque a reflexão, a crítica e o debate em primeiro lugar, vai ser possível conseguir fazer que as pessoas sejam mais conscientes daquilo que os rodeia. Vai ser mais reconfortante fazer jornalismo!

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Roberto Araújo - jornalista recém formado pela UFPI, nas redes sociais.