RELATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DA ONU
Divulgado na última terça (21) o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2016 com dados referentes a 2015, revela que o Brasil permanece estacionado na 79ºposição atrás de países como Líbano, México, sem contar com os vizinhos Argentina, Chile e Venezuela.
O relatório que é elaborado anualmente dentro do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ( PNUD) apresenta o IDH-Índice de Desenvolvimento Humano a partir de uma metodologia que apura dados pautados nas dimensões do desenvolvimento e informados por cada país. São elas: Conhecimento; Vida longa e saudável; Nível de vida digno; Participação na vida política e comunitária; Sustentabilidade ambiental; Direitos Humanos e Segurança e Promoção da igualdade e da justiça social.
O relatório destaca a relação da importância do trabalho para o desenvolvimento humano e é enfático ao trazer dados claros quanto aos grupos que não foram e não estão sendo beneficiados com os avanços do progresso nos últimos vinte anos. Entre esses grupos encontramos: mulheres, grupos étnicos e raciais, populações ruraise outros.
Um ponto importante de reflexão refere-se à condição feminina, o Relatório apresenta dados reveladores sobre a vida das mulheres brasileiras, detalhando o IDH por gênero e avaliando saúde reprodutiva, empoderamento e atividade econômica feminina.
Em nosso país os homens possuem um IDHde 0,751 e o as mulheres de 0,754, o que reflete um melhor desempenho educacional como também a longevidade das últimas. Entretanto, mesmo com um maior nível educacional as mulheres ainda possuem renda bem inferior aos homens.
No que concerne à Desigualdade de Gênero, foram avaliadas desigualdades em três dimensões: saúde reprodutiva, empoderamento e atividade econômica. Nesse indicador, o Brasil apresentou um desempenho de 0,414 e ficou coma 92ª posição. É importante destacar quemesmo o país com o menor IDH do mundo, República Centro-Africana tem mais mulheres no Parlamento ( 12,5%) do que o Congresso brasileiro onde apenas 10,8% dos nossos representantes são mulheres.
O pior é perceber que mesmo diante dos dados ora apresentados, como dos relacionados à violência contra a mulher que tenho trazido com grande frequência a este espaço opinativo, muitas de nósnão percebem que o mundo não se resume ao seu quintal de flores e ao seu trabalho em que teoricamente homens e mulheres estão em pé de igualdade.
As informações estão postas, portanto vale pensar que um país em que uma mulher é violentada a cada 11 minutos tem muito a ser trabalhado. Não podemos cruzar os braços MULHERES! Não é porque você pensa que está segura que realmente está e que todas nós estamos. Não é porque você tem um trabalho digno que todas nós podemos ter, principalmente, porque as oportunidades são infinitamente desiguais. Não cruze seus braços! Lute peladignidade! Seja feminista sim!
Grupo Eu Social realizará Diálogo sobre Violência contra Mulher
E é nesse contexto queo Grupo Eu Social formado por mulheres e homens de diversas áreas do conhecimento e que tem como finalidade a reunião de pessoas, a troca de informações e experiências, através de suas atividades como o Clube de Leitura Social, Eventos com Palestras / Mesas Redondas,Atividades de Lazer, Meditação e Ações beneficentes, dentre outras; promove na próxima semana o Diálogo sobre a Violência contra a Mulher.
O eventoocorrerá no Plenário da Câmara Municipal de Vereadores, no dia 29 de março, às 19h. Todos estão convidados a participar. É gratuito e com direito a certificado. Para garantir sua vaga basta entrar em contato com os organizadores através dos telefones (86) 999901-8517 ou (86) 99981-9357 e, no dia do evento, levar um kg de alimento não perecível.
O evento contará com quatro painéis. O primeiro, que, traz a temática “Ciúme Patológico: a contra mão do viés amoroso”, será ministrado pela fundadora do grupo Eu Social e diretora da Clinica Psicomed, a psicóloga, especialista em Neuropsicologia e Mestranda em Educação pela UDE-Uruguai, Aderlane Neves Maia.
No segundo painel, a assistente social, Macilane Gomes Batista, que é Secretária Municipal de Políticas Públicas para mulheres da Prefeitura de Teresina, irá abordar o tema: “Visão Sistêmica da Violência Contra a Mulher nos Contextos Sócio, Familiares e Afetivos”.
Dando prosseguimento ao evento a Dra. Cláudia Paranaguá, advogada, Procuradora Autarquia do Estado do Piauí –JUCEPI e Conselheira Federal da OAB-PI, irá dialogar sobre os “Aspectos Legais na Violência Contra Mulher”. E, para finalizar o Diálogo Social, o evento contará com a presença da jornalista, editora da TV Clube e Professora da Universidade Federal do Piauí-UFPI e Mestra em Comunicação e Educação pela Universidade de Nagoya-Japão, Eulália Vasconcelos, que, tratará sobre “Mulher e Violência na Mídia”.
O enfrentamento às múltiplas formas de violência contra as mulheres é uma importante demanda no que diz respeito a condições mais dignas e justas. Não perca a oportunidade de participar deste evento, informação e conhecimento para todos. Quem tiver interesse em fazer parte do grupo Eu Social basta entrar em contato através do e-mail: eusocial10@gmail.com .
Ana Regina Rêgo
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