Tem muita gente que tem certeza de que representa a perfeição personificada, avalia que os outros são otários, é ter vestido camisa verde e amarela, ter batido panelas e não admitir que pisou na bola, ou então, por uma questão de individualismo ou ideologismo extremando, agora continua a arrotar de satisfação de vitória, exatamente porque os aeroportos, os supermercados, as ruas estão ficando mais vazias, as relações de trabalho vão ficando mais precarizadas e os mais pobres ameaçados de não mais se aposentarem. É revelar-se cego e sem compaixão para com os mais pobres, é cultivar a indiferença, é exercitar o prazer de continuar destilando ódio, comportar-se como rico insensível, sem coração, incapaz de procurar conhecer que no nosso Brasil os mais abastados pagam menos impostos, que as grandes fortunas praticamente não são taxadas, que o setor financeiro e os rentistas são quem abocanham a fatia maior da riqueza produzida pelo povo, que os mais privilegiados se aposentam mais cedo, que as concessões públicas de tv e rádio são controladas por uma minoria. Esse comportamento as vezes é decorrente de frustrações; praticado por quem nunca pisou na lama, ou julga-se melhor do que os outros devido a sua meritocracia, não pratica caridade e se faz é pra se exaltar, prefere viver num mundo onde só critica e se delicia em jogar pedras naqueles que fazem e encontrar erros, traves nos olhos dos outros. A vida aqui na terra é tão efêmera, não levaremos nada, somos feitos do pó e voltaremos ao pó, só levaremos daqui o amor a Deus, a solidariedade e partilha com os que mais precisam. O resto é vaidade e soberba!
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Cantídio Filho é jornalista e professor da UFPI - nas redes sociais.
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