Ao sancionar a "Lei das Concessões", o então presidente Fernando Henrique, anunciou o fim da "Era Vargas". Há poucos dias , a senadora Gleisi Hoffman, já eleita presidente do PT, bradava que "não teve, na história de 500 anos de país, governos melhores que os do PT". Pode-se até, acolher um ou outro discurso, de caráter partidário ou ideológico, para um bom debate. Contudo, muitas vezes são atirados (discursos), apenas, para animar a militância.
Quem se deter a ler o programa de "Emancipação Nacional", do presidente Vargas, publicado em janeiro de 1954, terá outra visão. E outro conceito. Vivia-se na dependência, quase exclusiva do capital estrangeiro, mancomunado com setores do empresariado brasileiro. A luta empreendida pelo "petróleo é nosso", não se restringia à sua produção. Mas também ao monopólio nacional do refino, do transporte e da distribuição. "Não podemos ceder em um ponto: o direito à propriedade"- dizia Getúlio.
A energia elétrica foi outro ponto importante do programa. As empresas concessionárias, sem capital, recorriam a empréstimos. Sem poder dar garantias, recorriam às garantias do governo. E num jogo de manipulação de opinião pública, apontava o governo como responsável pela crise de energia elétrica. Propôs a criação da Eletrobrás - que só foi concretizada no governo de João Goulart -, que durante décadas bem gerenciou esse setor. São apenas dois tópicos para ilustrar a visão desse grande estadista- nacionalista e trabalhista por convicção.
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Flávio Nogueira - é médico e suplente de deputado federal (PDT-PI).
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